
O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu que sua sucessora seja uma mulher. Aos 67 anos, o magistrado afirmou que, embora a decisão de escolha caiba ao presidente Lula, seria importante ampliar a presença feminina na mais alta Corte do país.
“Eu, filosoficamente, sou um defensor de mais mulheres nos tribunais em uma regra geral. A escolha é do presidente Lula, mas há homens e mulheres capazes. Mas vejo com gosto, vejo com simpatia a escolha recair por uma mulher”, declarou Barroso durante a sessão plenária.
Atualmente, o STF conta com apenas uma ministra entre os 11 integrantes: Cármen Lúcia. A fala de Barroso reacendeu o debate sobre representatividade de gênero no Judiciário e impulsionou especulações em torno de possíveis nomes femininos que poderiam ser indicados por Lula.
Entre eles, o mais citado é o da ministra Daniela Teixeira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Daniela foi nomeada ao STJ em 2023 e integra a 3ª Turma e a 2ª Seção, responsáveis por julgamentos de direito privado.

É uma das cinco mulheres entre os 33 ministros da Corte e tem longa trajetória na advocacia e em entidades de classe. Caso seja escolhida, representaria a segunda mulher a integrar o atual plenário do Supremo — e reforçaria o compromisso de Lula com a diversidade na composição do tribunal.
Barroso explicou que sua saída ocorre pouco tempo após o fim de seu mandato como presidente do STF, encerrado em 29 de setembro, quando o ministro Edson Fachin assumiu a presidência. “Essa é a última sessão plenária de que participo”, afirmou o ministro, acrescentando que permanecerá por alguns dias para concluir pedidos de vista e pendências processuais.
Nos bastidores do Planalto, a aposentadoria de Barroso já vinha sendo tratada como certa desde o final de 2024. A decisão abre espaço para a terceira indicação de Lula ao Supremo neste mandato — as anteriores foram Cristiano Zanin e Flávio Dino. A escolha, no entanto, deve considerar fatores políticos, técnicos e simbólicos, incluindo a crescente pressão por uma nomeação feminina.
Além de Daniela Teixeira, também circulam entre os cotados o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Apesar da movimentação intensa, fontes próximas ao presidente afirmam que Messias continua sendo o favorito, pela confiança pessoal e alinhamento com o governo.