Sakamoto: Bolsonaro, acusado de comprar voto em 2022, reclama que Caiado faz o mesmo

Atualizado em 26 de outubro de 2024 às 23:36
Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do governador de Goiás Ronaldo Caiado. Foto: Divulgação

Por Leonardo Sakamoto

Ao acusar o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) de comprar votos no segundo turno das eleições em Goiânia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conquistou o direito de reivindicar o Troféu Óleo de Peroba deste segundo turno. Porque, caso tenham esquecido, essa foi a tônica da sua tentativa de reeleição.

Não estou entrando no mérito da acusação em si, até porque a Justiça Eleitoral suspendeu a doação de cestas básicas pelo governo de Goiás apontando que isso poderia beneficiar o candidato de Caiado, o ex-deputado federal Sandro Mabel. A questão é quem acusa.

Ao pedir voto para o seu candidato, Fred Rodrigues (PL), Jair disse que o governador já estava respondendo “por ter usado a máquina para comprar votos de eleitores”. O que ele não diz é que, ao longo de 2022, fez a mesma coisa. Para tanto, conseguiu o apoio do Congresso Nacional, que o autorizou a atropelar a saúde fiscal do país. Foi auxílio, foi voucher, foi vale, foi empréstimo consignado, tudo para adquirir voto de pobre.

O segredo do sucesso é não ficar corado.

Fred Rodrigues. Foto: Divulgação

O presidenciável Caiado e o inelegível Bolsonaro enfrentam-se através de seus apoiados em Goiânia. A hegemonia de Jair já é abertamente questionada no Brasil. A direita percebeu que ele cavalgou a extrema direita, dando a ela sentido e organização, mas não é seu dono. Basta ver a quantidade de bolsonaristas que optaram por Pablo Marçal no primeiro turno, enquanto que (em tese) o candidato de Jair era Nunes.

Bolsonaro afirmou que vai acompanhar a apuração dos votos em Goiânia ao lado do Gustavo Gayer (PL). O deputado federal foi alvo de uma operação da Polícia Federal, nesta sexta (25), por desvio de verbas do seu gabinete. O STF, ao autorizar a operação, afirma que a PF “colheu elementos informativos do desvio de recursos públicos para a prática dos atos antidemocráticos”. O dinheiro também iria para manter uma escola de inglês e uma lojinha de produtos políticos.

Gayer deixou a campanha de Rodrigues após a operação.

Originalmente publicado no UOL

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