
Por Leonardo Sakamoto, no UOL
Os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram presos pelo Exército e pela Polícia Federal hoje e levados ao Comando Militar do Planalto para cumprimento de sua pena por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada, como informou Carla Araújo, no UOL. Mas as celas no quartel podem ser uma escala e não o destino final de ambos.
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio, alinharam com o ministro Alexandre de Moraes a prisão dos dois em um quartel.
Contudo, esse benefício só é válido enquanto continuarem generais. Com o fim do processo, o Superior Tribunal Militar deve analisar a perda de patente não apenas de Heleno e Nogueira, mas também do general Braga Netto (preso na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro), do almirante Almir Garnier (que foi levado hoje à Estação Rádio da Marinha, em Brasília) e do capitão Jair Bolsonaro.

Moraes decidiu manter o ex-presidente preso em uma cela da Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde ele havia sido detido preventivamente no sábado (22).
Se o STM reconhecer que a condenação desonra a farda que vestem, eles podem ser expulsos e, com isso, cumprir pena em um presídio comum, como a Papuda.
Eles não são os únicos militares condenados pela tentativa de golpe de Estado, mas são os que fazem parte do núcleo de articulação e coordenação da intentona. Com o encerramento do processo, suas ordens de prisão foram emitidas.
A cena é inédita, uma vez que militares estrelados tomaram ou tentaram tomar o poder à força repetidas vezes na História do Brasil, mas não costumam ser julgados e condenados por isso, muito menos obrigados a cumprir pena.