Salário das mulheres é 17% menor que o dos homens, diz IBGE

Atualizado em 20 de junho de 2024 às 13:21
Trabalhadores em busca de emprego. Foto: Foto: Agência Brasil

Um novo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que em em 2022 as mulheres ganhavam, em média, 17% a menos que os homens, segundo as Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE). O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (20), mostra que é como se as mulheres recebessem apenas 85,5% do salário masculino. Em números absolutos, os homens assalariados receberam em média R$ 3.791,58, enquanto as mulheres receberam R$ 3.241,18.

A análise do IBGE revelou que a disparidade salarial é ainda mais pronunciada em algumas naturezas jurídicas das empresas. Na Administração Pública, por exemplo, uma mulher ganha, em média, 79% do salário de um homem, recebendo R$ 4.659,99 contra os R$ 5.898,68 recebidos pelos homens.

Em entidades empresariais, essa proporção cai para 77,6%, com as mulheres ganhando R$ 2.644,72 e os homens R$ 3.407,87. As entidades sem fins lucrativos mostram uma discrepância menor, mas ainda presente, onde as mulheres recebem 91,5% da remuneração masculina, com uma média de R$ 3.074,18 em comparação aos R$ 3.361,37 dos homens. Em nenhuma das categorias houve equiparação salarial ou superioridade feminina.

A força de trabalho assalariada no Brasil é composta por 54,7% de homens e 45,3% de mulheres, evidenciando uma presença significativa, mas ainda menor, de mulheres no mercado de trabalho formal.

Em termos de remuneração por atividade econômica, o CEMPRE constatou que, em 2022, o salário médio mensal no Brasil foi de R$ 3.542,19. As atividades econômicas que pagaram os maiores salários foram Eletricidade e gás (R$ 8.312,01), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 8.039,19) e Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (R$ 6.851,77). Mas essas atividades empregaram apenas 2,6% do pessoal ocupado assalariado, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas.

Por outro lado, os menores salários médios mensais foram observados nas atividades de Alojamento e alimentação (R$ 1.769,54), Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 2.108,28) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (R$ 2.389,15). Essas áreas juntas absorveram 7,6 milhões de pessoas, ou 15,2% do pessoal ocupado assalariado.

Trabalhadora doméstica. Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

A análise por escolaridade revelou que 76,6% dos trabalhadores formais não possuíam nível superior, recebendo, em média, R$ 2.441,16. Aqueles com nível superior, que representavam 23,4% da força de trabalho assalariada, ganharam em média R$ 7.094,17, quase três vezes mais. Isso equivale a 2,0 salários mínimos para trabalhadores sem nível superior e 5,9 salários mínimos para os que possuem ensino superior.

As atividades com maior participação de pessoas com nível superior foram Educação (64,3%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (60,6%) e Administração pública, defesa e seguridade social (47,4%).

O analista da pesquisa do IBGE, Eliseu Oliveira, destacou a discrepância na remuneração mesmo em atividades que pagam valores mais altos. “Apesar de tais atividades pagarem salários médios mensais mais elevados, ocuparam, juntas, 1,3 milhão de pessoas, ou seja, somente 2,6% do pessoal ocupado assalariado”. Ele também ressaltou que “as atividades que pagaram salários médios mensais menores absorveram juntas cerca de 7,6 milhões de pessoas, ou seja, 15,2% do pessoal ocupado assalariado”.

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