A tragédia climática no Rio Grande do Sul atingiu mais de 2,03 milhões de pessoas, informou neste sábado a Defesa Civil. O número de mortos subiu para 136, enquanto no balanço anterior eram registrados 126 óbitos.
Na atualização das 12h deste sábado, a Defesa Civil incluiu o município de Boa Vista do Cadeado, na região noroeste do estado, na lista de locais afetados pela tragédia, totalizando 445 cidades impactadas. Isso significa que nove em cada dez municípios gaúchos sofrem os efeitos do desastre.
Segundo as autoridades estaduais, 74,1 mil pessoas e 10,3 mil animais foram resgatados em meio aos alagamentos. O número de desaparecidos caiu de sexta para sábado, de 141 para 125, de acordo com o boletim da Defesa Civil. Desde a última sexta-feira, o órgão tem divulgado a relação completa dos desaparecidos. Mobilizações virtuais também ajudam a identificar vítimas da catástrofe.
Os dados mostram ainda que 339,8 mil pessoas estão desalojadas e 71.398 estão vivendo em abrigos. Além da falta de água e de mantimentos, persiste a queda de luz e internet em várias localidades. São 512,3 mil endereços sem energia elétrica no estado e pelo menos 17 municípios em que o acesso à internet é parcial.
Nas rodovias, ainda há 78 trechos com bloqueios totais ou parciais, em 52 vias, que têm sido ponto de fuga para famílias que deixam cidades atingidas. Segundo o registro mais recente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o nível do Rio Guaíba, em Porto Alegre, caiu para 4,59 metros, o menor nível dos últimos oito dias.
Nas redes sociais, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu um alerta de chuvas fortes e persistentes com risco de alagamentos e descargas elétricas até as 18h deste sábado. O estado ainda terá que lidar, na próxima semana, com a queda das temperaturas, com uma nova frente fria prevista para chegar ao Rio Grande do Sul na segunda-feira.
Segundo informações do Climatempo, a região fronteiriça do estado poderá registrar frio intenso, com temperatura abaixo dos 5°C e risco de geada. Porto Alegre deve marcar 10°C pela primeira vez este ano.
A chuva e a previsão de frio na próxima semana agravam um cenário já crítico em Porto Alegre e nos municípios atingidos, com falta de energia elétrica, internet, mantimentos e água.