Salles mentiu sobre reunião com madeireiros, diz MPF

Atualizado em 5 de setembro de 2023 às 16:31
Ricardo Salles posa ao lado de madeira extraída ilegalmente da Amazônia
Ricardo Salles ao lado de madeiras extraídas ilegalmente. Foto: reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) afirma que o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles mentiu em depoimento ao negar participação em encontro com madeireiros. Ele é investigado no inquérito da operação Akuanduba, que tramita por quase dois anos. A informação é do Metrópoles.

Ele prestou dois depoimentos às vésperas do fim da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro: um ao MPF e outro à Polícia Federal. À corporação, ele disse que não participou do encontro, mas o órgão acredita que ele mentiu sobre o episódio e esteve, sim, na reunião.

A participação dele é peça-chave para o inquérito, já que representantes de madeireiras diretamente beneficiadas por normas expedidas pelo Ministério do Meio Ambiente estiveram no encontro, que ocorreu na sede da pasta.

Os depoimentos de Salles foram contraditórios. A PF acreditou em sua versão, de que “acabou não participando do encontro” e “sequer ficou sabendo do que foi tratado”. Procuradores não acreditam na declaração e buscaram outro depoimento colhido pela corporação: de Olivaldi Alves Borges Azevedo, tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental de São Paulo.

Ele foi levado por Salles para o ministério para ser parte da diretoria de proteção ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e é réu ao lado do ex-ministro. Segundo o MPF, “o depoimento de Olivaldi revela que Ricardo Salles não disse a verdade”.

Em sua oitiva, o tenente-coronel disse que chegou ao ministério no dia 6 de fevereiro e que a reunião com madeireiros já havia ocorrido. Ele relatou que encontrou Salles “de saída” e que o então ministro teria “conhecimento do assunto da reunião”.

Segundo seu depoimento, Salles ainda teria conversado com um interlocutor sobre formas de solucionar as demandas dos madeireiros.

A participação de Salles no evento é essencial para investigadores apurarem se ele teve participação em organização criminosa envolvida com a exportação ilegal de ipês e jatobás. Procuradores querem descobrir se ele liberou cargas retidas nos Estados Unidos.

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