Autoridades brasileiras e americanas intensificaram os contatos diplomáticos neste fim de semana para discutir as ameaças dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. O governo brasileiro transmitiu um alerta direto: qualquer sanção contra o magistrado poderá gerar um desastre nas relações bilaterais entre Brasil e EUA, de acordo com o Globo.
A tensão aumentou após uma declaração do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, durante uma audiência no Congresso americano, na última quinta-feira (22). Ele afirmou publicamente que há possibilidade de sanções contra Moraes — sendo essa a primeira manifestação explícita de um membro do governo americano sobre o tema.
Fontes do Palácio do Planalto revelaram que a reação inicial do governo brasileiro foi de repúdio à fala de Rubio. No entanto, o Itamaraty orientou que a resposta fosse diplomática, evitando uma escalada da crise. A avaliação do Ministério das Relações Exteriores é que as conversas atingiram um novo nível de sensibilidade e que o momento exige cautela.
Envolvimento de Eduardo Bolsonaro e big techs aumenta complexidade
Outro fator que influenciou a decisão por uma abordagem diplomática é o envolvimento indireto de Eduardo Bolsonaro (PL), deputado licenciado e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Vivendo nos Estados Unidos, ele afirma ser perseguido por Alexandre de Moraes e faz oposição ativa ao governo Lula, o que poderia inflamar ainda mais a situação se houvesse uma resposta agressiva por parte do Brasil.
Além disso, diplomatas avaliam que as ameaças americanas podem estar ligadas a interesses de grandes empresas de tecnologia. O STF tem atuado para regulamentar o setor digital, o que desagrada as chamadas big techs. Duas gigantes da tecnologia, inclusive, teriam ingressado com ações contra Moraes na Justiça da Flórida.
Enquanto o impasse se desenrola, Brasil e Estados Unidos seguem negociando medidas econômicas para mitigar o impacto do tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump. A Casa Branca definiu um aumento de 25% nas tarifas de importação de aço e alumínio para diversos países. Para o Brasil, uma tarifa de 10% foi imposta, afetando diretamente as exportações brasileiras para o mercado americano.