São-paulinos indignados porque nosso colunista ingês chamou Ceni de moron

Atualizado em 17 de outubro de 2014 às 17:20
Ele
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Ladies & Gentlemen:

Boss me diz que são-paulinos furiosos estão pedindo minha demissão do DCM. Brasileiros são cordiais, e então penso que Boss está apenas brincando comigo.

O motivo da fúria, segundo Boss, é o goalkeeper Rogério Ceni. Depois de vê-lo em ação várias vezes, e de ouvir de Boss relatos sobre sua influência desmedida nos bastidores de seu time, classifiquei-o de “moron”.

Palerma, como optou por traduzir a prestimosa Erika Kazumi Nakamura. Em nossa última pint em Parsons Green, Boss me explicou que preferia, ele, a palavra “otário”, mais usual, disse, entre os brasileiros.

Soube que depois que RC perdeu um pênalti no último minuto contra o Corinthians, muitos são-paulinos me apoiaram. Alguns disseram que se o Tricolor fosse relegated (rebaixado) a culpa seria de RC.

Mas Boss me ligou agora há pouco para relatar que os ataques a mim voltaram com força depois que RC salvou, ou teria salvado, seu time no Chile ontem.

“Quanto foi?”, perguntei.

“4 a 3”, ele respondeu.

Ladies & Gentlemen: comecei a rir. Foi um riso tão vigoroso e contagiante que mesmo Chrissie, minha azeda e neurastênica esposa, deixou escapar um sorriso em seu semblante sempre fechado.

Como um bom inglês, lógico, acho engraçado um goleiro ser endeusado depois de levar um, dois, três gols. É um gol a cada 30 minutos.

No meu Man City, atuações memoráveis de goleiros são aquelas em que eles não levaram um único gol.

Disse a Boss: “Os chilenos então deveriam ter feito quantos gols se levando três o Moron foi um heroi? Oito?”

Boss riu. Interpretei isso como um sinal de que, apesar das pressões, continuo prestigiado no cargo.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura