
A onda de calor registrada nesta semana em São Paulo ocorreu simultaneamente com falta de água em bairros da capital e de municípios da região metropolitana. Moradores relatam interrupções diárias no abastecimento e períodos superiores a dez dias com fornecimento irregular, principalmente durante o dia.
A Sabesp informou que o cenário está ligado ao aumento expressivo do consumo por causa das altas temperaturas. Segundo a companhia, houve elevação aproximada de 60% na demanda ao longo da semana, mesmo com parte da população fora da cidade no fim de ano.
Os problemas são mais frequentes em áreas mais altas e periféricas, que dependem de bombeamento. Nessas localidades, a água costuma chegar com baixa pressão e por poucas horas, geralmente na madrugada, o que afeta atividades domésticas e serviços que utilizam água de forma contínua.

Os reservatórios que atendem a Grande São Paulo operam com cerca de 26% da capacidade, o menor índice dos últimos dez anos. Em igual período do ano passado, o volume estava próximo de 48%. Técnicos apontam que essa diferença reduz a margem operacional em períodos de demanda elevada.
A empresa também atribui impacto às quedas de energia ocorridas no início de dezembro, que afetaram o funcionamento de bombas responsáveis por levar água às regiões mais altas. Em alguns bairros, a retomada do fornecimento ocorre com presença de ar na tubulação e variações de pressão.
A Sabesp orienta a priorização de consumo essencial, como preparo de alimentos e higiene pessoal, e desestimula o uso para fins não essenciais. A companhia afirma ter suspendido a redução noturna de pressão em áreas periféricas e aguarda que o aumento das chuvas contribua para a regularização do sistema.