“São seguranças de fascistas”: manifestante define o humilhante papel da PM na Paulista. Por José Cássio

Atualizado em 31 de maio de 2020 às 16:03
Dispersão e bombas só contra os ‘pretos e pobres’ (Imagem: reprodução Foto: Reprodução/YouTube

Não é o caso de desenhar porque o Brasil pode assistir ao vivo a lamentável atitude da Polícia Militar de São Paulo neste domingo, ao dispersar a manifestação pacífica em favor da democracia na avenida Paulista. Usou sua costumeira truculência contra os democratas para proteger fascistas.

São os mesmos homens da lei que foram humilhados um dia antes por um empresário num bairro nobre da Grande SP.

“Você é um bosta, ganha R$ 1.000 por mês, eu ganho R$ 300 mil”, disse o joalheiro Ivan Storel, morador de Alphaville, diante de um policial que atendia a uma ocorrência após a própria mulher do empresário, agredida, pedir ajuda.

“Vai se foder, seu merda. Você pode ser macho na periferia, mas aqui você é um bosta. Aqui é Alphaville, mano”, provocou Ivan.

Um manifestante democrata definiu bem a atitude da PM neste domingo:

“São seguranças de fascistas” disse. “Dispersaram o grupo apenas porque ali tinha preto e pobre”.

Kiko Nogueira, diretor do DCM, que fazia a cobertura ao vivo, perguntou a um policial o motivo de tanta truculência.

“Eles estão fazendo arruaça”, respondeu o PM, sucinto.

A mesma policia que é humilhada na casa de um empresário e trata fascistas como cachorros de madame é aquela que ostenta sua força frente a democratas que protestam passivamente.

O joalheiro Ivan é quem está com a razão: são mesmo machos na periferia e uns bostas nos bairros de classe média branca.