“Se você quiser, eu prescrevo”: cardiologista de hospital de SP oferece cloroquina a mulher após ela dizer que é cardiopata

Atualizado em 27 de maio de 2021 às 18:50
Bolsonaro promovendo a cloroquina
ADRIANO MACHADO/ REUTERS 23.07.2020

O relato é de Sonia Regina Piassa, da comunidade diamante do DCMTV

No hospital São Camilo, no bairro da Pompeia, em São Paulo, conversei com o chefe da cardiologia.

“Doutor, o senhor sabe que tenho dois stents no coração e uma cardiopatia grave”, falei.

“Ainda assim, você me prescreveria cloroquina?”.

Ele respondeu: “Se você quiser, eu prescrevo”.

Não me conformei. 

“Me disseram que o senhor era um cara legal, mas estou vendo que é um irresponsável”, disse ao homem.

“Eu sou um cara legal, mas se você quiser…”, ele prosseguiu.

”Não, seu louco. Eu estava te testando”, devolvi.

Nunca mais voltei.

Dias depois, me ligaram dizendo que o médico pediu para marcar exames. Eu respondi que não queria mais ouvir falar deles e iria ao Hospital do Coração. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, a cloroquina pode causar “necrose de células musculares do coração”, entre outros danos colaterais.