Seca extrema e queimadas fazem preços de alimentos básicos dispararem

Atualizado em 9 de setembro de 2024 às 9:32
Prato tradicional brasileiro, composto de carne, arroz e feijão – Foto: Reprodução

A seca extrema e o aumento das queimadas no Brasil estão fazendo os preços dos alimentos básicos dispararem. Produtos como açúcar, suco de laranja, carnes, leite e derivados já registram aumento nos valores, impactando diretamente o bolso do consumidor. A crise climática e os focos de incêndio vêm causando grandes prejuízos às lavouras e pastagens.

O açúcar foi um dos itens mais afetados, com altas significativas. Segundo a economista Luciana Rosa de Souza, o preço subiu 2,36% na última semana. A exportação corresponde a 75% da produção de açúcar no Brasil, e os consumidores sentirão o reflexo desse aumento. Além disso, cerca de 80 mil hectares de áreas de cana-de-açúcar foram queimados, causando um prejuízo de R$ 800 milhões.

Outro item que também está sofrendo com a seca é o feijão, que pode ter um aumento de 40% até o final do ano. As perdas dos agricultores estão sendo repassadas ao consumidor final. Apesar do aumento dos preços, a economista acredita que não haverá escassez do produto nas prateleiras dos supermercados.

Colheita de laranjas com auxílio de equipamento mecanizado – Foto: Reprodução

O mercado de frutas e hortaliças também não escapou dos impactos da seca e queimadas. A produção de laranja será reduzida, e o suco da fruta deve sofrer alta devido à baixa oferta. A banana, que já enfrenta problemas de entressafra, também está com preços elevados devido ao estresse hídrico que afeta os bananais.

A carne bovina está entre os produtos que mais devem sofrer aumento. Com a falta de pasto, os pecuaristas estão sendo obrigados a utilizar mais ração, o que encarece a criação do gado. Como consequência, o preço da carne e de produtos derivados do leite, como manteiga e requeijão, também deverá subir nos próximos meses.

Além das perdas econômicas, o impacto ambiental das queimadas também afeta a qualidade do solo, comprometendo a produtividade agrícola a longo prazo. A recuperação das áreas atingidas pode levar até três anos, com altos custos para os produtores, conforme explica o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou mais de 68 mil focos de queimadas em agosto de 2024, um aumento de 144% em relação ao ano anterior. As regiões Centro-Oeste e Norte são as mais afetadas, com destaque para o bioma amazônico, que representa 55,8% dos focos.

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