Secretário de Educação que defende ensino da Bíblia nos EUA é pego com pornografia

Atualizado em 26 de setembro de 2025 às 20:30
Ryan Walters. Foto: Desiree Rios/ The New Tork Times

Ryan Walters, secretário de Educação do estado americano de Oklahoma, anunciou nesta quarta-feira (25) que vai deixar o comando das escolas do estado para assumir a direção da Teacher Freedom Alliance, organização conservadora cujo intuito é combater os sindicatos de professores. “Vamos destruir os sindicatos docentes”, afirmou em entrevista à Fox News.

Republicano linha dura, Walters ficou conhecido por defender a inclusão da Bíblia no currículo escolar e propor que famílias comprovassem cidadania americana para matricular seus filhos na rede pública. Sua gestão, iniciada em janeiro de 2023, foi marcada por embates ideológicos e polêmicas.

Em 2024, ele chegou a ser alvo de investigação após membros do Conselho Estadual de Educação relatarem ter visto imagens pornográficas no computador de Walters – acusação que ele classificou como “mentiras desesperadas”.

Dias antes de anunciar a saída, Walters havia firmado parceria com o grupo conservador Turning Point USA, do falecido ativista fascista Charlie Kirk, prometendo levar a organização a escolas no estado. Ele também defendeu a volta da oração nas salas de aula e a exibição dos Dez Mandamentos em escolas públicas, afirmando que a separação entre Igreja e Estado é um “mito”.

A nomeação de Walters para a Teacher Freedom Alliance foi comemorada pelo grupo – a TFA chama os sindicatos de “máfia liberal woke”.

Já o procurador-geral do estado, Gentner Drummond, também republicano, classificou o superintendente como “uma vergonha para Oklahoma” e afirmou que sua gestão trouxe “um fluxo interminável de escândalos e dramas políticos”.

A saída de Walters do comando da educação em Oklahoma também foi saudada pela Federação Americana de Professores. Randi Weingarten, advogada e presidenta da entidade, disse que “hoje é um bom dia para as crianças de Oklahoma”.

Randi disse ainda que “é impossível educar estudantes sem apoiar professores” e acusou Walters de tentar “exportar sua retórica divisionista para outros estados dos EUA”.