Secretário de Trump posta VÍDEO com pastores que querem mulheres submissas e sem direito a voto

Atualizado em 12 de agosto de 2025 às 7:13
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado do secretário de Defesa, Pete Hegseth. Foto: Reprodução

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, compartilhou em sua rede social um vídeo no qual pastores cristãos afirmam que mulheres não deveriam ter direito ao voto. O material, que reproduz uma reportagem da CNN americana, tem como principal entrevistado o teólogo evangélico conservador Doug Wilson.

No vídeo, o pastor Toby Sumpter defende o chamado “voto em família”, liderado pelo homem provedor. “Normalmente, eu seria o único a votar, mas votaria depois de discutir o assunto com minha família”, afirmou. Uma mulher ligada ao mesmo movimento diz apoiar a ideia por se considerar submissa ao marido, deixando a decisão de voto sob responsabilidade dele.

Doug Wilson, cofundador da Comunhão das Igrejas Evangélicas Reformadas (CREC), declara não aceitar mulheres em cargos de liderança na igreja ou em funções de combate nas Forças Armadas. “A bíblia diz assim”, afirmou na reportagem.

Wilson já teve participação cancelada no evento brasileiro Consciência Cristã, em 2024, após críticas a seu livro que defende a escravidão. Ele também é acusado de encobrir casos de violência sexual e doméstica dentro de sua congregação.

Hegseth publicou o vídeo no X, na última quinta-feira (7), acompanhado da frase “Tudo de Cristo para toda a vida”.

Segundo um porta-voz do Pentágono, o secretário é “um membro orgulhoso” de uma igreja afiliada ao CREC e valoriza “vários dos escritos e ensinamentos do sr. Wilson”. De acordo com a CNN, Hegseth esteve na inauguração da igreja de Wilson em Washington, em julho.

Organizações evangélicas progressistas criticaram o apoio do secretário. Doug Pagitt, pastor e diretor da Vote Common Good, afirmou que o vídeo reflete “visões mantidas por pequenos grupos de cristãos” e que é “muito perturbador” ver Hegseth amplificando essa mensagem.

O compartilhamento ocorre enquanto o governo republicano, liderado por Donald Trump, promove pautas ligadas ao nacionalismo cristão. No início do mandato, Trump criou um “gabinete da fé” para investigar o que chamou de “preconceito anticristão” em órgãos do governo.

Hegseth, alinhado ao presidente, já convidou seu pastor pessoal, Brooks Potteiger, para conduzir cultos cristãos no Pentágono durante o expediente, com convites enviados a funcionários e militares.