
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se reuniu, em 13 de agosto de 2025, com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. O encontro ocorreu no mesmo dia em que estava prevista uma videoconferência entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o representante americano, que acabou sendo cancelada. Também participou da reunião o ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo.
Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro classificou o encontro como “uma excelente reunião” e afirmou que a conversa abordou temas relacionados ao Brasil e aos Estados Unidos. Ele agradeceu a receptividade de Bessent e disse esperar que “os laços de amizade entre Brasil e EUA se tornem ainda mais fortes”. A postagem foi feita no dia 14 de agosto, acompanhada de foto com o secretário do Tesouro.
Haddad declarou, dois dias antes, que o cancelamento de sua reunião teria relação com a atuação de setores da extrema-direita ligados ao governo de Donald Trump. Segundo o ministro, essas forças agiram junto a assessores da Casa Branca após tomarem conhecimento de suas declarações públicas. Ele afirmou que a justificativa oficial do Tesouro para a suspensão foi “falta de agenda”, o que considerou inusitado.
🇺🇸 On Wednesday, August 13, we had an excellent meeting with Treasury Secretary Scott Bessent. It’s a unique opportunity to be able to talk about Brazil and America with someone so well-prepared.
Thank you, @SecScottBessent, for your receptiveness and helpfulness. May the bonds… pic.twitter.com/pBUidVcfiN
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 15, 2025
O ministro da Fazenda pretendia tratar, na conversa com Bessent, do tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros pelo governo Trump e da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Essa legislação permite a adoção de sanções econômicas e bloqueio de bens contra autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos.
De acordo com informações apuradas, Eduardo Bolsonaro discutiu, durante sua reunião com autoridades da gestão Trump, questões como o bloqueio das contas de Moraes e pautas econômicas de interesse do governo norte-americano. A substituição da reunião de Haddad por um encontro com o parlamentar bolsonarista reforçou a presença de figuras da extrema-direita brasileira em agendas diplomáticas nos Estados Unidos.
O episódio amplia as tensões diplomáticas entre o governo brasileiro e a administração Trump, especialmente no contexto das medidas comerciais e de possíveis sanções a autoridades brasileiras. Procurado, Fernando Haddad reiterou que não há como dissociar o cancelamento de sua reunião da atuação de Eduardo Bolsonaro e aliados. O deputado, por sua vez, manteve o tom de cordialidade sobre o encontro, sem comentar as declarações do ministro.