
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta quarta-feira (2) para discutir a escalada dos ataques no Oriente Médio, após a incursão terrestre de Israel no sul do Líbano e a retaliação do Irã com bombardeios sobre Tel Aviv e Jerusalém. A sessão extraordinária, realizada em Nova York, foi aberta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que condenou duramente os ataques do Irã contra Israel e pediu que ambos os lados evitem um aumento das agressões que poderia levar a uma guerra total.
Guterres, considerado persona non-grata em Israel, ressaltou a importância de uma solução de dois Estados para Israel e os palestinos, destacando que as ofensivas contínuas são insustentáveis. “O ciclo mortal de violência retaliatória deve parar. O tempo está se esgotando”, advertiu o secretário-geral, referindo-se tanto aos ataques israelenses no Líbano quanto às represálias iranianas.
O Conselho de Segurança, composto por 15 membros, se reuniu um dia após o Irã lançar mísseis contra Israel em resposta às mortes de membros do grupo Hezbollah, ocorrido durante as ofensivas de Israel no Líbano. “Mais uma vez, condeno veementemente o ataque maciço de mísseis de ontem do Irã contra Israel”, disse Guterres, em um apelo por moderação e respeito à soberania dos países envolvidos.
Por sua vez, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, reiterou as advertências feitas pelo governo estadunidense ao Irã, afirmando que qualquer ataque ao território israelense terá “sérias consequências”. A posição dos EUA reflete o apoio contínuo ao país sionista em meio à escalada do conflito.

O Irã, por outro lado, justificou seus ataques como uma ação de autodefesa, citando o artigo 51 da Carta da ONU. Em uma carta ao Conselho de Segurança, o governo iraniano afirmou que seus bombardeios tiveram como alvo exclusivo instalações militares e de segurança israelenses, em resposta às “ações agressivas” de Israel.
“O Irã, em total conformidade com o direito internacional humanitário, apenas alvejou as instalações militares e de segurança do regime com seus ataques de mísseis defensivos”, escreveu o governo persa.
A resposta de Israel à ONU foi contundente. Danny Danon, representante israelense na organização, acusou o Irã de tentar cercar o país com um “anel de fogo de sete frentes” e exigiu que o Conselho reconheça a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã como uma organização terrorista.
O pedido reflete a preocupação israelense com a crescente influência do Irã na região, especialmente por meio de grupos como o Hezbollah e o Hamas.
Em uma escalada diplomática, Israel declarou António Guterres como “persona non grata” no país sionista. A decisão, anunciada pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, foi amplamente divulgada nas redes sociais, com Katz afirmando que o representante das Nações Unidas será lembrado como “uma mancha na história da ONU”.
“Qualquer um que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irã a Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não merece pisar em solo israelense”, escreveu Katz.
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