Publicado originalmente no “Brasil de Fato”
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, um ataque de Israel a uma escola na Faixa de Gaza, neste sábado (4), deixou 20 mortos. O prédio era administrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e abrigava refugiados da guerra, que perderam suas casas após bombardeios israelenses.
“Pelo menos um ataque atingiu o quintal da escola, onde havia tendas para famílias desalojadas. Outro atingiu a área interna da escola, onde mulheres faziam pão”, relatou Juliette Touma, diretora da agência de comunicação palestina da ONU, confirmando que o local foi bombardeado por Israel.
Na última quinta-feira (3), Israel já havia bombardeado um comboio de ambulâncias que saía do Hospital Al-Shifa, localizado no bairro North Rimal, em Gaza. O ataque deixou 15 mortos e ao menos 50 feridos, incluindo funcionários das equipes médicas.
Havia um acordo com Israel para que o comboio seguisse viagem até a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, para que os pacientes pudessem ser atendidos. No X, antigoTwitter, os israelenses admitiram o ataque.
“Uma célula terrorista do Hamas foi identificada usando uma ambulância. Em resposta, uma aeronave das IDF atingiu e neutralizou os terroristas do Hamas, que operavam dentro da ambulância”, diz nota das Forças de Defesa de Israel (FDI), sem comentar a perda de dezenas de vidas que não teriam relação com o Hamas.
A Hamas terrorist cell was identified using an ambulance. In response, an IDF aircraft struck and neutralized the Hamas terrorists, who were operating within the ambulance.
We emphasize that this area in Gaza is a war zone. Civilians are repeatedly called upon to evacuate…
— Israel Defense Forces (@IDF) November 3, 2023
Os bombardeios provocaram mais uma avalanche de críticas ao governo israelense, que insiste em recusar os apelos internacionais por cessar-fogo. “Estou horrorizado com o ataque reportado em Gaza a um comboio de ambulâncias do lado de fora do hospital Al Shifa”, disse em nota o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Em comunicado divulgado neste sábado, especialistas da ONU declararam que o “povo palestino corre grave risco de genocídio”. “A hora de agir é agora. Os aliados de Israel também têm responsabilidade e devem agir agora para evitar o seu curso desastroso de ação”, encerra o comunicado.
Diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, usou suas redes sociais para lamentar os ataques israelenses. “O principal remédio de que todos estes pacientes e profissionais de saúde precisam é que esta situação horrível e dolorosa acabe. Pedimos um cessar-fogo e que trabalhemos para uma paz duradoura.”
Attacks on health care in #Gaza are unacceptable.
Besides an attack on ambulances near Al Shifa hospital with at least 13 people killed and 60 injured, two further attacks were reported yesterday at Al-Quds Hospital and near the Indonesian Hospital.
The key medicine all these… https://t.co/Cka41vPsre
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) November 4, 2023