Seis em cada 10 pequenas empresas se sentiram abandonas pelo governo na pandemia

Atualizado em 30 de julho de 2020 às 23:22
Paulo Guedes e Jair Bolsonaro: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado originalmente pelo Monitor Mercantil:

A crise trazida pela pandemia atingiu mais forte as pequenas empresas. A Pesquisa Pulso Empresa do IBGE constata que os efeitos negativos foram percebidos por 62,7% das empresas de pequeno porte, 46,3% das médias e 50,5% das de grande porte. No geral, das 2,8 milhões de companhias em funcionamento na segunda quinzena de junho, 62,4% informaram que a pandemia afetou negativamente suas atividades, enquanto para 22,5% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 15,1% o efeito foi positivo.

Do total de empresas pesquisadas, 2,7 milhões tinham menos de 49 empregados, 54,9 mil tinham entre 50 e 499 e apenas 5.136 companhias contavam com mais de 500 funcionários.

Estima-se que 43,9% das empresas adiaram o pagamento de impostos e 12,4% conseguiram uma linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial dos funcionários. Na adoção dessas medidas, cerca de 39,2% das empresas sentiram-se apoiadas pela autoridade governamental.

Mais da metade (52,9%) das empresas em funcionamento tiveram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na segunda quinzena de junho, enquanto 40,6% consideraram que não houve alteração significativa.

Quanto ao pessoal ocupado, cerca de oito em cada dez empresas em funcionamento (78,6% ou 2,2 milhões) mantiveram o número de funcionários na segunda quinzena de junho em relação à quinzena anterior, 14,8% indicaram redução no quadro e 6,3% aumentaram o número de empregados.

Na segunda quinzena de junho, 46,3% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, 43,1% tiveram dificuldades e 10%, facilidades. Além disso, 50,9% não perceberam alteração significativa no acesso aos seus fornecedores e 40,9% tiveram dificuldades.

As empresas do setor de Serviços foram as que mais sentiram impactos negativos (65,5%), com destaque para o segmento de Serviços prestados às famílias (86,7%). No Comércio, 64,1% relataram efeitos negativos e na Construção, 53,6%. No setor industrial, 48,7% das empresas destacaram impacto negativo, enquanto para 24,3% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 27,0% o impacto nessa quinzena foi positivo.

Por grandes regiões, os efeitos seguiram negativos para 72% das empresas no Nordeste, 65% no Sudeste e 63% no Centro-Oeste. Já as regiões Norte e Sul apresentaram os maiores percentuais de empresas que declararam que os efeitos foram inexistentes (27,4% e 30,9%, respectivamente) ou positivos (24,5% e 15,2%) ao final da quinzena.