Seis novos documentários que você precisa ver agora

Atualizado em 29 de janeiro de 2013 às 18:11

Um artista em guerra com a China, um cantor desaparecido… histórias incríveis contadas com maestria

1. Searching for Sugarman

Rodriguez era uma espécie de Bob Dylan chicano no início dos anos 70. Lançou dois discos, em que cantava sobre drogas, pobreza, amor. Fracassa de maneira retumbante – e some. As lendas a seu respeito diziam que havia se incendiado no palco durante uma apresentação (ou dado um tiro na cabeça, ou ainda tomado uma overdose na prisão). Suas músicas, porém, tinham virado a trilha sonora dos primeiros protestos contra o apartheid na África do Sul, onde Rodriguez vendia mais que Elvis e os Rolling Stones. Dois de seus fãs sul-africanos vão em busca do homem – e o que eles encontram é muito maior do que o mito.

2. Isto não é um filme

O diretor iraniano Jafar Panahi apoiou a oposição nas eleições de 2009 no Irã e, por isso, foi sentenciado a seis anos de prisão domiciliar e proibido de filmar por 20 anos. No fim de 2010, perto do ano novo, enquanto a mulher e a filha estão fora, ele liga sua câmera e começa a registrar seu dia a dia em casa: fazendo chá, alimentando o iguana, conversando com um vizinho e explicando sobre o que seria seu trabalho seguinte. O que poderia ser um longo discurso sobre o nada vira um documento contundente sobre a natureza do cinema e a vitória da arte sobre os regimes totalitários.

3. Jiro Dreams of Sushi

Jiro, um velho sushiman, tem dois filhos. O mais novo abriu seu próprio restaurante. O mais velho trabalha com Jiro e espera a hora de herdar o negócio. Aos 85 anos, Jiro tem 3 estrelas do Guia Michelin e é um gênio ranzinza e duro. Passa seu tempo observando os clientes atrás do balcão, aperfeiçoando sua técnica obsessivamente e refletindo sobre o passado. Uma saga familiar num filme delicioso, mesmo para quem acha que comida japonesa é um lixo. Agora, se você não acha, vai gostar mais ainda. (Ele está na íntegra no YouTube)

4. The Imposter

O francês Frederic Bourdin se passa por Nicholas Barclay, um garoto que desapareceu aos 13 anos em 1994. Parte da família do desaparecido acredita nele – apesar de seu sotaque, de ele ser mais velho do que Nicholas seria àquela altura e de ter olhos castanhos, ao contrário dos olhos azuis de seu personagem. Bourdin é desmascarado por um detetive particular e por um agente do FBI. O próprio impostor conta como enganou tanta gente por tanto tempo.

5. Five Broken Cameras

Ao longo de mais de cinco anos, o palestino Emad Burnat documentou sua vida numa vila, enquanto um muro é construído por colonos judeus. Uma depois da outra, suas câmeras são destruídas violentamente, mas cada uma delas mostra uma parte de uma história de resistência pacífica. O filme é co-dirigido pelo ativista israelense Guy Davidi, que se une a Burnat quando a pequena fazenda do palestino é desapropriada.

6. Ai Weiwei: Never Sorry

Entre 2008 e 2010, o documentarista Alison Klayman acompanhou cada passo do artista chinês Ai Weiwei – preparando exposições, em suas batalhas contra a censura chinesa e suas relações com a família. Junto a imagens de sua obra provocadora, Weiwei aparece apanhando da polícia, tendo seu estúdio destruído pelo governo e sendo preso no aeroporto de Pequim quando ia para Hong Kong. “Qual é o seu partido?”, pergunta Klayman. “Nenhum. Eu sou uma voz independente”, responde o artista. “A liberdade é uma coisa estranha. Uma vez que você a experimenta, ela nunca mais sai do seu coração”.