Sem apoio da igreja, conselheira evangélica de Lula e Janja é reeleita com votação recorde

Atualizado em 10 de outubro de 2024 às 19:35
O presidente Lula, a vereadora Aava Santiago (PSDB) e a primeira-dama Janja da Silva. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A vereadora Aava Santiago (PSDB), conselheira evangélica do presidente Lula e da primeira-dama Janja da Silva, foi reeleita no último domingo (6). Ela, que concorreu sem apoio da própria igreja, a Assembleia de Deus, foi a mulher mais votada na história da disputa pela Câmara Municipal de Goiânia (GO).

Socióloga e evangélica, Aava focou sua campanha na defesa do direito das mulheres, da educação infantil e da pauta ambiental. Ela é filha de uma missionária e de um pastor da Assembleia de Deus, mas diz que se recusa a “usar a fé para ganhar a eleição”.

“Nunca vou pedir voto em igreja, não contrato líderes para me venderem voto de porteira fechada, não remunero pessoas para me apoiar. Isso incomoda algumas lideranças que estão acostumadas a ganhar dinheiro na eleição, mas agrada o crente”, afirmou à coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.

A vereadora gravou um vídeo celebrando o resultado da eleição:

Ela foi eleita em 2020, sua primeira disputa, com 2.865 votos. O número mais que triplicou na eleição deste ano, passando para 10.482 na capital, que é conhecida por um perfil mais à direita.

Apesar da votação recorde, Aava lamentou a falta de apoio da igreja à candidatura. A parlamentar acredita que sua proximidade com o governo Lula motivou a instituição religiosa a apoiar o ex-secretário municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa na cidade, Abel (Republicanos), que também foi eleito.

“Fiquei muito triste, não porque esperava que me apoiassem oficialmente, até porque isso nunca aconteceu, mas porque a Igreja é tudo pra mim, essas pessoas são tudo pra mim, são as pessoas da minha vida”, prossegue.

Mesmo assim, ela diz que não foi “candidata da instituição, mas dos crentes”. A vereadora afirma que boa parte de seus votos vieram de eleitores progressistas e uma parcela foi de bolsonaristas que não aprovam sua proximidade com o presidente, mas elogiam sua atuação contra a corrupção e por criticar a falta de vagas em creches da cidade.

A parlamentar fez parte da equipe de transição do governo Lula e teve dois encontros recentes com o presidente e a primeira-dama para tratar da interlocução com evangélicos.

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