Sem dizer quais, presidente da Câmara de SP levará “denúncias” contra padre Júlio ao Vaticano: “Graves”

Atualizado em 5 de janeiro de 2024 às 18:11
Padre Júlio e Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara de SP. Foto: reprodução

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), anunciou que acusações “de extrema gravidade” contra o padre Júlio Lancellotti serão levadas ao Vaticano. No entanto, não detalhou quais são as supostas denúncias. O pároco é alvo da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil).

Leite destacou que aguardará o protocolo das denúncias contra o padre no Vaticano, Ministério Público estadual de São Paulo e CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) antes de comentar a iniciativa. “Peço um pouco de paciência. Vou aguardar que a primeira denúncia contra o padre chegue ao Vaticano, que está sendo providenciada. Tanto lá quanto no Ministério Público estadual [de São Paulo] e na CNBB”.

O vereador Rubinho Nunes, autor da CPI, afirma que foi ele quem recebeu as supostas acusações graves contra o padre Júlio após a repercussão do caso envolvendo o MBL (Movimento Brasil Livre), que usou um perfil falso para forjar uma acusação de pedofilia contra o pároco.

“Recebi denúncias graves e solicitei a peritagem do material. Depois que eu tiver laudo de especialistas atestando a veracidade [do conteúdo], é que eu vou levar o caso às competências superiores”. Mais uma vez, as acusações não foram divulgadas.

O vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil). Foto: reprodução

O vereador ainda destacou que, caso não haja comprovação da veracidade das denúncias, o material será destruído. Na ocasião, as falsas denúncias surgiram em 2020, durante as eleições, em uma tentativa de alavancar a campanha de Artur do Val, o “Mamãe Falei”, também membro do MBL. Posteriormente, do Val foi eleito deputado estadual e teve o cargo cassado pela acusação de turismo sexual durante a guerra na Ucrânia.

A CPI das ONGs, proposta por Rubinho em dezembro, pretende investigar o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e o coletivo Craco Resiste, ambos ligados ao padre Júlio e atuantes na assistência à população em situação de rua. A instalação da comissão ainda aguarda aprovação no colégio de líderes e em plenário.

Diante da forte repercussão e retirada de apoio de alguns vereadores, a proposta enfrenta desafios. Diversos políticos, inclusive o presidente Lula (PT), e famosos saíram em defesa do religioso, elogiando o trabalho social realizado por ele e pela Diocese de São Paulo.

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