
Um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostrou as condições degradantes dos seis trabalhadores resgatados em uma fazenda do cantor Leonardo, incluído na “lista suja” do trabalho escravo. Os funcionários trabalhavam 10 horas diárias, sem contrato formal, e não tinham direito ao descanso semanal remunerado. O relatório aponta que, além da falta de registro, eles não tinham acesso a benefícios previdenciários e outros direitos trabalhistas.
A fiscalização, realizada em novembro de 2023, resgatou esses trabalhadores da Fazenda Lakanka, em Jussara (GO). Entre eles, estava um adolescente de 17 anos.
Os funcionários viviam em um alojamento improvisado a 2 km da sede da fazenda, em condições precárias, sem banheiros e com camas improvisadas. Também foi relatada uma infestação de morcegos e fezes no local.



Os trabalhadores realizavam a catação de raízes, preparando o solo para o plantio de grama. A jornada de trabalho começava às 7h e terminava às 17h, com uma pausa de 1 hora para o almoço, e o pagamento era de R$ 150,00 por dia. O trabalho, muitas vezes, acontecia sete dias por semana, sem folgas, o que contraria a legislação trabalhista vigente.
Apesar da área da Fazenda Lakanka estar arrendada, o relatório apontou que a responsabilidade pela preparação do solo e o pagamento dos trabalhadores era do cantor. Leonardo afirmou que não tinha conhecimento das práticas de trabalho escravo e que a gestão da área estava sob responsabilidade do arrendatário. No entanto, a fiscalização considerou que as etapas de preparação do solo eram de responsabilidade de Leonardo.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado e Leonardo pagou todas as indenizações devidas aos trabalhadores, resultando no arquivamento do caso. Mesmo assim, seu nome foi incluído na “lista suja” devido às condições identificadas durante a fiscalização.
O advogado de Leonardo, Pedro Vaz, declarou que a inclusão do nome do cantor na lista foi uma surpresa, já que a área estava arrendada desde agosto de 2022. A defesa também informou que as medidas necessárias estão sendo tomadas para remover o nome de Leonardo do cadastro.
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