Nesta quarta-feira (2), a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) marcou presença no Fórum Internacional Uneb-CCH/FIUCCH-2024, que discute o tema “Mudanças Climáticas e Ambientais: Instrumentos de Redução e Enfrentamento em Defesa da Vida na Terra”. O evento, promovido pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública em parceria com a Universidade Estadual da Bahia (Uneb), começou hoje e seguirá até sexta-feira (4), no Campus da Bahiana, no Cabula.
O principal objetivo do Fórum é fomentar debates sobre a importância de reconhecer a Terra como um patrimônio universal, cuja preservação é uma responsabilidade compartilhada por toda a humanidade. O encontro reúne especialistas de diferentes áreas para discutir e propor soluções eficazes para a crise climática.
Na Mesa de Abertura, o superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental (SPA) da Sema, Tiago Porto, representou o secretário Eduardo Martins. Durante sua fala, Porto agradeceu o convite e reforçou o compromisso da secretaria em apoiar iniciativas voltadas para a mitigação das mudanças climáticas e preservação dos recursos naturais. Ele destacou a importância da presença do setor público em fóruns que, tradicionalmente, são dominados por pesquisadores. “É raro o setor público ter voz nesses espaços, geralmente reservados aos pesquisadores. No entanto, para avançarmos na luta contra as mudanças climáticas, precisamos de todos envolvidos nesse diálogo”, afirmou Tiago.
Porto também ressaltou que, ao longo dos três dias de evento, a Sema estará envolvida nas discussões, acreditando que a colaboração entre pesquisadores, gestores públicos, técnicos ambientais, sociedade civil e o setor privado é essencial para encontrar soluções capazes de superar a crise climática global.
Presença contínua da Sema nas discussões
Ao participar da Mesa 02, que abordou “Indicadores e Monitoramento dos Impactos das Mudanças Climáticas”, o superintendente destacou o impacto psicológico que as mudanças climáticas têm sobre as pessoas. “Estamos constantemente ouvindo que o mundo está à beira do colapso devido às ondas de calor e outras consequências das mudanças climáticas, o que é alarmante”, disse Porto.
Além de abordar essa questão, Tiago também apresentou as ações do governo estadual no enfrentamento da crise climática, enfatizando o monitoramento da vegetação nativa. Ele observou que a principal fonte de emissões na Bahia e no Brasil é a conversão de áreas de vegetação nativa para outros usos.
“Outro ponto fundamental é o trabalho do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) no monitoramento hidro-meteorológico e climático. Precisamos desses dados para agir preventivamente e orientar políticas públicas nas regiões mais vulneráveis aos episódios climáticos extremos. O Projeto Harpia, desenvolvido pelo Inema, consolidou-se como uma das principais ferramentas de monitoramento florestal no estado. Além disso, contamos com o Pacto Pelo Cerrado e o programa Bahia Sem Fogo, que são estratégicos no enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas”, destacou Porto.
Importância da Educação Ambiental
A reitora da Uneb, Adriana Marmori, também participou do evento, destacando o impacto das ações humanas sobre o meio ambiente. Segundo Marmori, muitas das violências cometidas contra o planeta, tanto na Bahia quanto no resto do Brasil e do mundo, são resultado da falta de conhecimento da população sobre os impactos dessas ações.
“Acredito que a educação tem um papel fundamental em conectar as pesquisas universitárias com as escolas de educação básica, para que os estudantes adquiram consciência ambiental e se envolvam com suas comunidades. Eu, por exemplo, venho do Cerrado, onde cresci nadando em riachos e saboreando frutas locais. Hoje, ao retornar, percebo que muitos desses recursos naturais desapareceram. Isso me faz refletir sobre a destruição causada pela ação humana e a nossa incapacidade de preservar o que é vital para todas as formas de vida, não apenas para os seres humanos”, comentou Marmori.
Ela finalizou destacando a importância de refletir sobre as consequências das nossas ações no planeta, lembrando que o impacto das mudanças climáticas afeta não apenas a humanidade, mas todos os seres vivos.