“Sempre prefira ser feliz a manter o amor-próprio”: Uma conversa com Charlotte Brontë. Por Camila Nogueira

Atualizado em 9 de agosto de 2015 às 21:36
A autora
A autora

Charlotte Brontë (1816 – 1855) foi uma das maiores escritoras da Época Vitoriana, assim como suas irmãs mais novas – Emily e Anne Brontë. As frases a seguir foram tiradas de seu romance mais famoso, Jane Eyre.

Miss Brontë, a senhorita escreveu um dos maiores livros da literatura inglesa – Jane Eyre – além de ter sido uma grande defensora dos direitos das mulheres. Tem algo a dizer sobre esse assunto?

Em geral, supõe-se que as mulheres devem ser calmas e plácidas, mas elas sentem o mesmo que os homens. Precisam de exercício para suas faculdades mentais e campo para os seus esforços, tanto quanto seus irmãos. Sofrem com restrições muito rígidas e com a estagnação absoluta – tanto quanto os homens sofreriam na mesma situação. É uma estreiteza de mente de seus companheiros mais privilegiados dizer que elas devem ficar limitadas a fazer pudins, tricotar meias, tocar piano e bordar bolsas. É insensatez condená-las, ou rir delas, se procurarem fazer mais ou instruir-se mais do que o costume determinou que é necessário ao seu sexo.

O que devemos estabelecer como nosso objetivo de vida?

O objetivo de vida de uma pessoa deve ser cuidar de si mesma.

Excelente!

Lembre-se que quanto mais solitária, quanto mais sem amigos, quanto mais desamparada estiver, mais deve se respeitar.

Mais algum conselho?

Seja boa com aqueles que são bons com você. Isso é tudo que sempre desejei para mim. Se as pessoas fossem sempre boas e obedientes com aqueles que são cruéis e injustos, os maus teriam tudo a seu modo. Nunca sentiriam medo e assim nunca mudariam, mas se tornariam piores.

Maravilhoso, Miss Brontë! Algo a acrescentar?

Sempre prefira ser feliz a que manter o amor-próprio… A vida me parece curta demais para ser gasta nutrindo animosidades ou recordando erros.

Camila Nogueira
Aos 19 anos, Camila Nogueira estuda Letras na USP. Já aos 10 anos, constatou que seus maiores interesses na vida consistiam em sua família, em cerejas e em Machado de Assis. Em uma etapa posterior, adicionou à sua lista ópera italiana e artistas coreanos.