Senador bolsonarista acusa Gonet de ‘conivência com o STF’ por denúncia da própria PGR

Atualizado em 12 de novembro de 2025 às 21:30
O senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Durante a sabatina de recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) fez críticas ao procurador-geral e anunciou voto contrário à sua permanência no cargo. O parlamentar afirmou que votou anteriormente “a pedido de Bolsonaro”, mas que dessa vez não repetiria o gesto.

“Senhor Paulo Gonet, na última, quando o senhor foi conduzido, eu votei no senhor a pedido do presidente Bolsonaro. O meu voto dessa vez o senhor não vai ter”, declarou Seif. O senador também acusou Gonet de ser “conivente com abusos do Supremo Tribunal Federal” e citou o “silêncio insurdecedor” da PGR diante das decisões da Corte.

Vale lembrar que os julgamentos de toda trama golpista foram baseados nas denúncias apresentadas pela PGR encabeçada pelo próprio Paulo Gonet.

“E eu nem sei qual é a opinião do Bolsonaro sobre isso, porque hoje ele foi calado sobre a gestão do senhor, sobre o silêncio, o silêncio insurdecedor do senhor frente aos abusos e arbitrariedades que o Supremo Tribunal Federal hoje instalou, infelizmente com o seu apoio ou sobre a sua convivência”, disse Seif, em tom de crítica.

O senador também mencionou denúncias apresentadas pelo ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro à Comissão de Segurança Pública (CSP). O ex-funcionário acusou o ministro Alexandre de Moraes de ter cometido fraude processual ao solicitar pareceres a Gonet quando presidia o TSE.

“A operação Lava Jato foi enterrada porque havia conversas do então juiz (e atual senador) Sergio Moro (União-PR) com o então procurador Deltan Dallagnol. Tagliaferro denunciou a mesma relação que foi motivo de anulação da Lava Jato: mensagens de Alexandre de Moraes pedindo pareceres ao senhor Paulo Gonet. São fraudes processuais com produção encomendada de relatórios contra alvos pré-estabelecidos”, afirmou o parlamentar bolsonarista.

A recondução de Paulo Gonet foi aprovada pelo Senado nesta tarde e ele continuará à frente da PGR até 2027.