O senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas (PP), manifestou o desejo de ver um segundo turno entre o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o candidato Pablo Marçal (PRTB). Segundo Nogueira, porém, a intenção é “desmoralizar” Marçal, que ele vê como uma ameaça à direita nas eleições para a capital paulista.
“O Marçal quer ser o Bolsonaro. Para ele ser o Bolsonaro, o senhor [Bolsonaro] não pode existir”, disse Ciro em entrevista à Folha de S.Paulo, destacando que o coach não é um aliado fiel do ex-presidente.
O candidato do PRTB, que conquistou parte do eleitorado bolsonarista, está tecnicamente empatado em primeiro lugar nas pesquisas com Nunes e Guilherme Boulos (PSOL), mas numericamente ocupa a terceira posição. Apesar de sua popularidade entre os seguidores de Jair Bolsonaro (PL), ele não conseguiu o apoio do Centrão, liderado por Ciro.
O senador afirmou que, embora Marçal tenha conseguido captar o desejo de uma parte do eleitorado de extrema-direita, ele já teria atingido seu teto de crescimento. “Grande parte do bolsonarismo queria um candidato mais do Bolsonaro. O Nunes não é um bolsonarista, assim como eu também não sou. O Marçal conseguiu cooptar isso em determinado momento”, avaliou Nogueira.
O senador minimizou a perda de apoio a Nunes entre o eleitorado de Bolsonaro e garantiu que o atual prefeito tem o suporte do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do próprio Bolsonaro.
Para Ciro, esse apoio será suficiente para impulsionar a campanha de Nunes e garantir sua vitória. “O presidente Bolsonaro, principalmente o governador Tarcísio, entraram muito na campanha do Nunes e isso está voltando. E ele vai ganhar a eleição em São Paulo com certa facilidade”, afirmou.
Recentemente, Bolsonaro elogiou Marçal no início de sua campanha, mas com o crescimento do coach nas pesquisas, o ex-presidente mudou de postura, passando a criticá-lo abertamente. O influenciador, por sua vez, chegou a chamar Carlos Bolsonaro (PL) de “retardado” após ser alvo dos ataques bolsonaristas.
O ex-presidente compartilhou um vídeo nas redes sociais em que o empresário criticava igrejas católicas e evangélicas, além de publicar outra gravação em que Marçal era descrito como “aproveitador” e “traidor” por sua atuação nas manifestações de 7 de Setembro em São Paulo.
A pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (18), revelou um cenário de empate técnico entre Nunes, Boulos e Marçal. O atual prefeito permanece com 24% das intenções de voto, enquanto o candidato do PSOL subiu de 21% para 23%. O coach, por outro lado, caiu de 23% para 20%.
O levantamento, que foi o primeiro após o incidente entre Marçal e o apresentador José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Cultura, também registrou um crescimento de Datena nas intenções de voto, passando de 8% para 10%. Já Tabata Amaral (PSB) teve uma leve queda, passando de 8% para 7%.
Outro dado relevante da pesquisa é a rejeição de Marçal, que subiu de 38% para 44%, tornando-o o candidato com maior índice de rejeição entre os principais postulantes. Boulos vem em segundo, com 37%, seguido de Datena, com 32%. Nunes, por sua vez, tem o menor índice de rejeição entre os principais candidatos, caindo de 21% para 19%.
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