
A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi surpreendida por uma carta enviada pelo senador norte-americano Shane David Jett, aliado de Donald Trump, ao procurador-geral Paulo Gonet.
O conteúdo do documento, segundo informações do colunista Paulo Capelli, do Metrópoles, indica que, além do ministro Alexandre de Moraes e do governo Lula (PT), o Ministério Público Federal (MPF) também entrou no radar das pressões norte-americanas.
Na carta, o político solicita “esclarecimentos sobre medidas adotadas pelo MPF/PGR para combater ilegalidades noticiadas na imprensa brasileira e internacional diante da possibilidade de sanções americanas”. A correspondência teria sido enviada em fevereiro, mas voltou a circular nos bastidores após o chefe de estado americano aumentar as críticas ao Judiciário brasileiro e anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

Além de Gonet, delegados da Polícia Federal (PF) também passaram a ser mencionados em discussões sobre possíveis sanções dos Estados Unidos.
O argumento, segundo aliados de Trump, é que essas autoridades estariam “sustentando” ações atribuídas ao ministro Alexandre de Moraes, que já é o principal alvo da ala trumpista.
O plano inicial da Casa Branca era mirar exclusivamente Moraes, avaliando quais autoridades brasileiras permaneceriam alinhadas a ele. No entanto, com a nova ofensiva comercial, integrantes do governo do republicano admitem que o escopo de retaliações pode ser ampliado ainda nas próximas semanas, atingindo outros nomes da Justiça brasileira.
Nos bastidores, há a avaliação de que o movimento pode atropelar até mesmo estratégias articuladas por Eduardo Bolsonaro.
O deputado pretendia restringir a pressão diplomática a Moraes, mas o aumento do tom por parte dos EUA pode enfraquecer esse objetivo, levando à inclusão de novos nomes entre os alvos internacionais.
Vale lembrar que Paulo Gonet é o responsável pela denúncia contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de direito.