Senador Heinze se defende após ser acusado de golpismo na delação de Cid

Atualizado em 15 de fevereiro de 2024 às 20:29
Luiz Carlos Heinze falando em microfone com expressão séria
Luiz Carlos Heinze foi citado em delação de Mauro Cid – Reprodução

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) respondeu às acusações feitas contra ele na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). As declarações foram dadas em depoimentos à Polícia Federal e envolvem supostos conselhos dados pelo senador ao ex-presidente.

Segundo o delator, Heinze teria aconselhado Bolsonaro a utilizar as Forças Armadas para confiscar urnas eletrônicas, sem autorização do TSE, a fim de realizar testes que corroborassem as críticas do ex-mandatário ao sistema eleitoral.

Em nota oficial, Heinze nega veementemente as acusações: “Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar, ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação.”

O senador também informa que, em resposta aos apelos de seus eleitores, enviou ofícios ao Ministério Público Federal, Ministério da Defesa, Controladoria-Geral da União, comandantes das Forças Armadas e Ministério Público Militar. Além disso, ele afirma ter pessoalmente apresentado denúncia na Polícia Federal e na Advocacia-Geral da União sobre o caso conhecido como ‘radiolão’.

“Adicionalmente, estive pessoalmente na Polícia Federal e na Advocacia-Geral da União e apresentei denúncia sobre o caso que ficou conhecido como ‘radiolão’. Reitero que não houve qualquer falta de transparência em minhas ações, nem no exercício do meu mandato. Jamais venderia minha dignidade”, acrescenta o parlamentar.

Mauro Cid fazendo careta
Mauro Cid citou Heinze em delação – Reprodução/Estadão

Confira a nota de Heinze na íntegra:

“Diante das informações publicadas pela imprensa, venho a público esclarecer os fatos.

Em nenhum momento cogitei, afirmei ou mesmo pensei em sequestrar, ou confiscar uma urna eletrônica. Todo aquele que afirmar algo nessa direção está faltando com a verdade e será processado por calúnia e difamação.

As ações que empreendi após as eleições de 2022 são de domínio público e estão devidamente documentadas, não se baseiam em conjecturas ou delações. Diante das dúvidas em relação ao escrutínio e atendendo aos apelos por esclarecimentos dos meus eleitores, recorri aos mecanismos legais disponíveis, buscando a intervenção do Estado para a realização de uma investigação imparcial. Essa atitude está alinhada às responsabilidades inerentes à minha função pública e constitui um exercício legítimo do meu dever de fiscalização.

Nesse contexto, encaminhei ofícios ao Ministério Público Federal, ao Ministério da Defesa, à Controladoria-Geral da União, aos comandantes das Forças Armadas e ao Ministério Público Militar, totalizando 10 documentos. Todos acessíveis para consulta pública e foram divulgados na época — novembro e dezembro de 2022. Não é nada novo. Adicionalmente, estive pessoalmente na Polícia Federal e na Advocacia-Geral da União e apresentei denúncia sobre o caso que ficou conhecido como “radiolão”. Reitero que não houve qualquer falta de transparência em minhas ações, nem no exercício do meu mandato. Jamais venderia minha dignidade.

Desde quando buscar a verdade por meio de uma investigação constitui um crime? Ou estaria eu me tornando mais um alvo de perseguição política? As últimas duas semanas foram marcadas por uma série de reportagens com informações contraditórias. Esta situação não pode continuar. É imperativo que haja respeito, se não por mim enquanto indivíduo, pela função pública que me foi confiada por meus eleitores.

Luis Carlos Heinze

Senador PP/RS”

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