Senador lavajatista articula CPI para apurar elos do Master com esposa de Moraes

Atualizado em 22 de dezembro de 2025 às 18:46
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou que irá coletar assinaturas, após o recesso parlamentar, para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar denúncias envolvendo um contrato firmado entre o Banco Master e o escritório da família do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Segundo o parlamentar, grande entusiasta da Lava Jato, o contrato, estimado em R$ 129 milhões, estaria fora dos padrões praticados no mercado da advocacia. Vieira também citou suspeitas de atuação direta do ministro em favor da instituição financeira. Procurado, o Supremo Tribunal Federal não se manifestou até a publicação.

Em publicação nas redes sociais, o senador declarou que pretende apurar informações sobre o acordo firmado entre o banco e o escritório da família do ministro, além de relatos sobre suposta atuação do magistrado em defesa dos interesses da instituição junto a órgãos públicos.

A iniciativa foi motivada por denúncia publicada pela colunista Malu Gaspar, do jornal Globo. Segundo a apuração, Moraes teria feito contatos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em meio ao processo de análise da venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB), que dependia de autorização da autoridade monetária.

Ainda de acordo com a reportagem, o Banco Master firmou contrato com a advogada Viviane Barci de Moraes, prevendo que o escritório atuasse na defesa dos interesses da instituição e de seu controlador, Daniel Vorcaro, junto ao Banco Central, à Receita Federal e ao Congresso Nacional. O acordo previa pagamento mensal de R$ 3,6 milhões por três anos.

Daniel Vorcaro é investigado pela Polícia Federal por crimes financeiros relacionados à gestão do Banco Master. Ele chegou a ser preso por 11 dias em novembro e foi solto por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Na última semana, o ministro Dias Toffoli determinou a retomada das investigações e autorizou novas diligências envolvendo executivos do banco e dirigentes do Banco Central.