
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou que irá coletar assinaturas, após o recesso parlamentar, para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar denúncias envolvendo um contrato firmado entre o Banco Master e o escritório da família do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Segundo o parlamentar, grande entusiasta da Lava Jato, o contrato, estimado em R$ 129 milhões, estaria fora dos padrões praticados no mercado da advocacia. Vieira também citou suspeitas de atuação direta do ministro em favor da instituição financeira. Procurado, o Supremo Tribunal Federal não se manifestou até a publicação.
Em publicação nas redes sociais, o senador declarou que pretende apurar informações sobre o acordo firmado entre o banco e o escritório da família do ministro, além de relatos sobre suposta atuação do magistrado em defesa dos interesses da instituição junto a órgãos públicos.
Após o recesso vou coletar as assinaturas para investigação de notícias sobre um contrato entre o banco Master e o escritório da família do ministro Moraes, de 129 milhões de reais, fora do padrão da advocacia, além desta notícia de atuação direta do ministro em favor do banco. pic.twitter.com/C7F6wJqDwf
— Alessandro Vieira (@_AlessandroSE) December 22, 2025
A iniciativa foi motivada por denúncia publicada pela colunista Malu Gaspar, do jornal Globo. Segundo a apuração, Moraes teria feito contatos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em meio ao processo de análise da venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB), que dependia de autorização da autoridade monetária.
🚨Malu Gaspar: “O ministro Alexandre de Moraes procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes para fazer pressão em favor do Banco Master. Moraes se encontrou com Galípolo para conversar sobre os problemas do banco de Daniel Vorcaro.” pic.twitter.com/Qh1WaVTQtg
— Pesquisas Eleições (@EleicaoBr2026) December 22, 2025
Ainda de acordo com a reportagem, o Banco Master firmou contrato com a advogada Viviane Barci de Moraes, prevendo que o escritório atuasse na defesa dos interesses da instituição e de seu controlador, Daniel Vorcaro, junto ao Banco Central, à Receita Federal e ao Congresso Nacional. O acordo previa pagamento mensal de R$ 3,6 milhões por três anos.
Daniel Vorcaro é investigado pela Polícia Federal por crimes financeiros relacionados à gestão do Banco Master. Ele chegou a ser preso por 11 dias em novembro e foi solto por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Na última semana, o ministro Dias Toffoli determinou a retomada das investigações e autorizou novas diligências envolvendo executivos do banco e dirigentes do Banco Central.