
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse que, caso pedisse desculpas à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, “não entraria em casa”. Ele afirmou que a esposa o expulsaria e que isso comprometeria sua carreira política, dizendo ainda que “não me elejo nem vereador”. A fala foi dada em entrevista no aeroporto de Manaus ao jornal O Globo.
Plínio Valério esteve envolvido em uma recente discussão no Senado durante uma audiência da Comissão de Infraestrutura, na qual Marina Silva se retirou após se sentir desrespeitada pelos parlamentares. Durante a sessão, ele afirmou que “a mulher merece respeito, a ministra não”, o que motivou o pedido de desculpas da ministra, não atendido pelos senadores.
O senador defendeu-se dizendo que suas palavras foram “sem educação”, mas negou ter sido machista ou misógino. “Quem me conhece nos corredores do Senado sabe que sou um cavalheiro. O mundo está muito chato com essa cobrança de machismo. Não se pode falar mais nada”, afirmou.

A ministra Marina Silva criticou duramente o comportamento dos parlamentares, especialmente após o presidente da Comissão de Infraestrutura, Marcos Rogério (PL-RO), interromper seu discurso diversas vezes. Marina chegou a dizer: “Por que o senhor não me respeita como ministra? O senhor que disse que queria me enforcar”.
No evento, Plínio Valério também repetiu uma frase polêmica dita em março, quando afirmou: “A Marina esteve na CPI das ONGs por seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”.
O episódio gerou reação do governo federal, com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificando o comportamento dos senadores como “vergonhoso”. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também manifestou solidariedade a Marina Silva nas redes sociais, destacando que a ministra foi “desrespeitada, interrompida, silenciada, atacada no Senado, enquanto exercia sua função”.
— VIDRAÇA TAMBÉM É GENTE, GENTE… (@VidrsGente) May 30, 2025