Senadores dos EUA acusam Trump de abuso de poder por tarifaço contra o Brasil e por defender Bolsonaro

Atualizado em 25 de julho de 2025 às 13:24
Donald Trump, presidente dos EUA – Foto: Reprodução

Onze senadores democratas enviaram nesta quinta-feira (24) uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticando as tarifas de 50% impostas às importações do Brasil. Eles acusam o republicano de usar a economia americana para proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando a medida de “claro abuso de poder”.

No texto encaminhado à Casa Branca, os parlamentares afirmam que Trump está tentando interferir no sistema judicial brasileiro para favorecer um aliado pessoal, o que colocaria em risco empresas e empregos nos Estados Unidos. “Interferir no sistema legal de uma nação soberana estabelece um precedente perigoso, provoca uma guerra comercial desnecessária e coloca cidadãos e empresas americanas em risco de retaliação”, escreveram.

A carta lembra que os EUA têm superávit comercial com o Brasil desde 2007 e que a justificativa usada pelo governo Trump não tem base econômica. Os senadores dizem ainda que retaliações do Brasil aumentariam os custos de produtos consumidos pelas famílias americanas. O país importa mais de US$ 40 bilhões por ano do Brasil — sendo US$ 2 bilhões apenas em café — e o comércio bilateral sustenta cerca de 130 mil empregos nos EUA.

Jair Bolsonaro e Donald Trump – Foto: Reprodução

Os parlamentares também alertam que o episódio pode empurrar o Brasil ainda mais para a órbita da China. “Uma guerra comercial com o Brasil também aproximaria o país da República Popular da China em um momento em que os EUA precisam combater agressivamente a influência chinesa na América Latina”, escreveram.

Eles citam investimentos recentes da China em infraestrutura no Brasil, como projetos portuários e ferroviários, e afirmam que a postura de Trump enfraquece a imagem dos EUA na região, além de fortalecer a presença de Pequim.

Na carta, os senadores pedem que Trump reconsidere as tarifas e foque em reforçar as relações econômicas com a América Latina, promover eleições democráticas e conter a expansão da influência chinesa.

Assinam o documento: Tim Kaine, Jeanne Shaheen, Adam B. Schiff, Richard J. Durbin, Peter Welch, Kirsten Gillibrand, Mark R. Warner, Catherine Cortez Masto, Michael F. Bennet, Jacky Rosen e Raphael Warnock.

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