As duas piores notícias dos últimos dias foram o sinal verde para a privatização da Eletrobrás e o avanço do ensino domiciliar (“homeschooling”) no Congresso.
A privatização da Eletrobrás significa energia mais cara, precarização dos serviços, descompromisso com o desenvolvimento nacional, negligência com as áreas mais carentes e perda de soberania.
(Posso atestar que, apenas um ano depois da privatização da distribuidora de energia do DF, a deterioração do serviço já é notável.)
Já o ensino domiciliar representa, em primeiro lugar, o reforço do cativeiro das crianças. Serão privadas de seu direito de acesso a uma pluralidade de visões de mundo e ainda mais sujeitas aos abusos e violências que ocorrem na família.
Além disso, abre as portas para o descomprometimento do Estado com a educação.
A herança maldita do golpe de 2016 e de seu rebento, o bolsonarismo, não se dissipará com a vitória que – todos esperamos – virá em outubro. Será necessária muita luta para desfazê-la.
Publicado originalmente no perfil do Luis Felipe Miguel