Serra, Goldman e Aloysio contra Doria. Por José Cássio

Atualizado em 31 de agosto de 2018 às 17:08
João Doria Jr. (PSDB). – Miguel Schincariol 21/11/2016 / AFP

Alberto Goldman foi o primeiro a sair do armário.

Três dias após o DCM contar do racha tucano na base de apoio de João Doria, postou um vídeo no youtube tecendo elogios a Paulo Skaf (PMDB), adversário do tucano na disputa pelo governo de São Paulo, e aproveitou para detonar o colega de partido.

– João Doria tem um discurso que não tem nada a ver com a história do PSDB, disse Goldman. Com aquela frase bandido tem que estar na cadeia e a polícia na rua, ele repete o discurso do Paulo Maluf.

– Ninguém nega que bandido tem de estar na cadeia e a polícia na rua, mas é bom lembrar que a sua função é preventiva, e quem põe na cadeia é o Judiciário.

– Então temos dentro do PSDB uma corrente fortemente malufista, e que neste momento até ultrapassou nossas bandeiras históricas.

O fogo amigo encerra com a famosa rejeição do colega.

– Ele tem uma rejeição grande na capital, em torno de 40%, e 22% no interior. Isso mostra que quem conhece João Doria não vota nele, e quem não conhece ainda está em dúvida.

Na operação montada pela velha guarda tucana, Goldman é linha de frente e dois operam na sombra: os senadores Aloysio Nunes e José Serra.

Nesta quarta-feira, 29, sem que isso fosse divulgado, Serra encontrou-se com Márcio França no Palácio dos Bandeirantes.

Segundo o candidato do PSB, “há afinidade de pessoas que são do tempo do Mário Covas, do PSDB original, que certamente não é com João Doria”.

– O jeito Doria não tem nada a ver com essas pessoas: ‘Rota na rua’. É o estilo dele, continuou França. Não estou fazendo juízo de valor, nada contra ele como pessoa, mas esse não é o jeito do PSDB original. As pessoas que têm mais vínculo com a origem do PSDB têm certo constrangimento com essa situação.

Serra, bem ao seu estilo, não deu publicidade a agenda, e oficialmente diz que foi ao Bandeirantes falar como Senador da República.

Nos bastidores, porém, a guerra está aberta. E não é por preocupação com os destinos do Estado, e o bem estar das pessoas, mas sim para garantir o que vai sobrar do PSDB no estado.

Ao trair Geraldo, João Dória tomou a frente da estrutura partidária e juntou em torno de si a ala mais atrasada e, reacionária do partido.

Tentou a presidência, não conseguiu e partiu para o ‘plano B’ como candidato ao governo.  

Geraldo vaga a ermo no caminho da presidência e não aceita ver Doria nem pintado de ouro.

Goldman, Serra e Aloysio, que já não têm mais o presidenciável no radar, passam os dias colocando pedras no caminho para atrapalhar a vida de Doria. Nesta “corrida maluca”, só falta saber qual dos três incorpora melhor o figurino do Dick Vigarista, o chefe atrapalhado da trupe.