Em depoimento à Polícia Federal (PF), a servidora pública Priscila Esteves das Chagas, que atuava no Palácio do Planalto, relatou como foi a tentativa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de reaver as joias recebidas pela ditadura da Arábia Saudita e apreendidas pela Receita Federal.
De acordo com informações do G1, ela disse que no dia 28 de dezembro do ano passado recebeu ordens para comprar para o dia seguinte uma passagem para o sargento da Marinha Jairo Moreira viajar do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde as joias sauditas estão retidas, para Brasília.
“Que no dia 28/12 recebeu por e-mail a determinação do coordenador de dia da ajudância de ordens, ten. Cleiton, para compra de passagem aérea com trecho Guarulhos-Brasília para o dia 29, em nome de Jairo Moreira da Silva”, registrou a PF sobre o depoimento de Priscila.
Jairo tinha o objetivo de reaver as joias retidas pela Receita. O sargento da Marinha viajou até o local num avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
A servidora também disse que ficou sabendo que as joias eram um presente para o ex-capitão. “Que foi informada pelo ten. Cleiton de que Jairo viajou para Guarulhos com o objetivo de retirar um presente destinado ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que estava retido na Receita Federal daquele aeroporto”, relatou.
Ela ainda ressaltou que, por conta própria, decidiu catalogar as joias sauditas no acervo pessoal de Bolsonaro. Segundo a PF, a servidora teria se adiantado para preencher os formulários em razão da troca de governo, que ocorreria dias depois.
“Que a declarante, por conta do tempo exíguo de mudança de governo, preencheu o formulário antecipadamente, considerando o êxito na retirada de tais objetos”, registrou a PF. “Que realça que preencheu previamente o formulário para agilizar o processo, por conta da proximidade do término do mandato presidencial. Que preencheu e inseriu os documentos por iniciativa própria”.