Servidora que teria acelerado importação da Covaxin foi indicada pelo bolsonarista Ricardo Barros

Atualizado em 25 de junho de 2021 às 20:14
À mesa, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda – Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Durante depoimento à CPI da Covid nesta sexta-feira (25), o servidor Luis Ricardo Miranda, ex-chefe de Importação do Departamento de Logística em Saúde, disse que passaram por cima dele no processo de autorização de importação da vacina indiana Covaxin.

O servidor disse que a colega Regina Celia Silva Oliveira foi a responsável pelo aval para a importação dos imunizantes.

Segundo o Diário Oficial da União, publicado em 19 de fevereiro de 2018, Regina foi indicada para o cargo no Ministério da Saúde pelo deputado bolsonarista Ricardo Barros (PP-PR).

Barros é líder do governo Bolsonaro na Câmara e, especula-se, seria o deputado que o depoente de hoje da CPI alegou ter esquecido o nome mas que, privadamente, teria sido revelado a membros da Comissão.

A CPI da Covid apura o motivo que levou o governo federal a pressionar pela compra da Covaxin após ignorar mais de 80 emails da farmacêutica Pfizer.

Foto: Reprodução

LEIA MAIS – Líder do governo, Ricardo Barros ameaça não cumprir mais ordens do Judiciário

LEIA TAMBÉM – Juntos, Marcos Rogerio e Fernando Bezerra receberam 280 milhões do orçamento paralelo, diz Bob Fernandes

Relações perigosas

Ricardo Barros responde a uma ação de improbidade administrativa referente ao período em que foi ministro da Saúde do governo Temer que tem relação com a Global Gestão, empresa sócia da Precisa, a intermediária na negociação da compra das vacinas indianas.

Essa ação de 2019, que ficou parada por mais de dois anos, apura se Barros teria beneficiado a Global, a quem antecipou um pagamento de R$ 19,9 milhão de reais por uma compra de remédios a pacientes com doenças raras e alguns outros insumos hospitalares que que não foram entregues e que, de acordo com a denúncia que originou a ação,“causaram o desabastecimento, por vários meses, dos medicamentos em tela, para centenas de pacientes beneficiários de ordens judiciais, o que contribuiu para o agravamento de seu quadro de saúde e levou a óbito pelo menos 14 pacientes” .