
Servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) tiveram que trabalhar às escondidas durante o desmonte do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro aos órgãos. Segundo estudo feito por pesquisadora da FGV (Fundação Getúlio Vargas), eles tiveram que criar reuniões não autorizadas para exercer suas funções.
Os indigenistas e servidores ambientais relataram que o governo Bolsonaro dificultava a atuação deles e não autorizava, por exemplo, viagens de campos para atender povos indígenas, a manutenção da fiscalização de desmatamento e apoio logístico para atividades.
Mariana Costa Silveira, pesquisadora da FGV, ouviu 338 profissionais e entrevistou 82 pessoas que trabalhavam em órgãos responsáveis por essas áreas no governo para sua tese de doutorado. Os funcionários do Ibama e da Funai promoveram protestos contra as gestões e denunciaram irregularidades ao Ministério Público em anonimato à época.

A pesquisa aponta que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que o governo federal combatesse o avanço da Covid-19 em territórios indígenas foi o que permitiu a continuidade dos trabalhos.
Durante a gestão Bolsonaro, segundo o estudo, as chefias dos órgãos vetavam diversos temas e iniciativas. Mesmo assim, por meio de reuniões secretas, servidores produziam notas técnicas e relatórios sobre demarcação de terras para entregar projetos prontos ao governo Lula.
O governo do ex-presidente também vetou contato entre servidores e jornalista, o que fez com que eles tivessem que vazar informações para parlamentares e profissionais de imprensa.
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