
Afetados pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, setores ligados a Jair Bolsonaro (PL) iniciaram movimento de aproximação com o governo Lula (PT). A estratégia é tentar conter os prejuízos milionários provocados pelo tarifaço, que atingiu diretamente áreas como armas, supermercados e agronegócio. Com informações do Globo.
A Taurus, uma das maiores fabricantes de armas do país, sentiu o impacto imediato. No dia seguinte à taxação, as ações caíram 7%, com perda superior a R$ 33 milhões em valor de mercado. Para buscar apoio, representantes da empresa recorreram ao vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“Nos reunimos com o vice-presidente da República para destacar a importância estratégica da nossa empresa. A autonomia do Brasil seria prejudicada, e o ministro da Defesa me acompanhou nessa pauta”, disse Salesio Nuhs, CEO global da Taurus, em teleconferência com investidores.

Com a situação adversa, a companhia passou a considerar a transferência de sua principal linha de produção para os Estados Unidos, que recebem cerca de 90% da exportação. Ao mesmo tempo, mantém conversas com a embaixada americana e equipes políticas ligadas ao Partido Republicano.
O setor supermercadista, também identificado com o bolsonarismo, apresentou ao governo federal um “plano emergencial” pedindo incentivo ao crédito – o pacote de socorro lançado recentemente por Alckmin atendeu parte das demandas apresentadas em encontro com empresários.
Na área do agronegócio, a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) estimou perdas de US$ 5,8 bilhões nas exportações.
Antes crítica ao atual governo, a entidade declarou que “a política nacional insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos”.