Shein: gigante chinesa da moda enfrenta problemas legais e acusações pelo mundo

Atualizado em 21 de janeiro de 2024 às 11:44
Logo da Shein. (Foto: Reprodução)

A Shein, marca chinesa conhecida por preços baixos e variedade de produtos, enfrenta desafios jurídicos enquanto avança no mercado brasileiro e mundial de moda. Seus preços atraentes e ampla oferta conquistaram consumidores, entretanto, recentemente ela vem sendo objeto de controvérsias, e não apenas no Brasil.

No Japão e nos Estados Unidos, a Shein enfrenta processos legais. A Uniqlo, loja de roupas japonesa, processa a Shein por suposta cópia de uma de suas bolsas. Nesse processo, a concorrente busca uma indenização de cerca de US$ 1,1 milhão, alegando violação de propriedade intelectual.

Confronto com a Temu

Nos Estados Unidos, a Shein enfrenta uma batalha legal com a Temu, plataforma de compras online também chinesa. A Shein alega que a Temu contratou influenciadores digitais para prejudicar sua marca, enquanto a Temu acusa a Shein de roubo de propriedade intelectual e violação antitruste.

Logo da Temu. (Foto: Reprodução)

Revisão na China

Na China, o governo investiga as práticas de manipulação e compartilhamento de dados da Shein. O órgão regulador da internet chinesa está estudando como a Shein trata as informações de seus parceiros, fornecedores e trabalhadores na China e se a empresa tem capacidade para proteger esses dados, segundo fontes próximas do assunto.

Expansão no Brasil e América Latina

A Shein iniciou a produção de roupas no Brasil em 2022 e planeja fornecer produtos para outros mercados latino-americanos. Com armazéns globais, a empresa visa abastecer a América Latina até 2026.

A presença crescente da Shein na América Latina ocorre no momento em que a empresa enfrenta oposição de alguns legisladores nos Estados Unidos que defendem a eliminação de uma isenção tarifária usada por empresas de comércio eletrônico que enviam produtos de baixo custo da China diretamente aos compradores, segundo a agência de notícias Reuters.

Uma ideia semelhante foi colocada em debate pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para controlar o que descreveu como “concorrência desleal” entre empresas chinesas e produtores locais.

O tema voltou a ser discutido no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que propôs aumentar o imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50 feitas em plataformas digitais.

Críticas ao modelo de negócio

A Shein é criticada por seu modelo de negócios fast fashion, associado a grande impacto ambiental. Além disso, a marca enfrenta alegações de trabalhar com fornecedores que violam leis trabalhistas.

A empresa se defende dizendo que tem realizado “auditorias internas periódicas” e que opera um código de conduta “estrito” que cumpre a lei. “Quando são detectadas violações, tomamos medidas adicionais, que podem incluir a rescisão”, afirmou a Shein.

Sobre os direitos de propriedade intelectual, a marca tem sido criticada por supostamente copiar o trabalho de designers pouco conhecidos, algo que a companhia chinesa nega.

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