Sheinbaum se esquiva de avaliar Nobel dado à golpista venezuelana: “Sem comentários”

Atualizado em 10 de outubro de 2025 às 22:34
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, e a líder opositora venezuelana, María Corina Machado, em montagem de duas fotos
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, e a líder opositora venezuelana, María Corina Machado – Reprodução

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, evitou comentar o Prêmio Nobel da Paz concedido em 2025 à líder opositora venezuelana María Corina Machado. Questionada durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (10), no Palácio Nacional, Sheinbaum respondeu apenas: “Sem comentários”.

Diante da insistência dos jornalistas, a presidente afirmou que o México mantém sua posição histórica de respeito à “soberania e autodeterminação dos povos”. Ela destacou que essa postura é “uma convicção” e também uma exigência da Constituição mexicana.

Sheinbaum não quis se estender sobre o significado político do prêmio, que gerou repercussão em toda a América Latina após a homenagem a Machado, adversária do governo de Nicolás Maduro e figura central da oposição venezuelana.

No início de 2025, a presidente mexicana já havia repudiado a “criminalização” da oposição na Venezuela, mas insistiu na necessidade de respeitar a soberania do país. Na época, ela se manifestou após a prisão e posterior libertação de Machado.

Em outras ocasiões, Sheinbaum defendeu a presença de representantes mexicanos na posse de Nicolás Maduro, argumentando que cabe “aos venezuelanos definir seu próprio governo”, sem interferência externa.

A chefe de Estado também reconheceu, recentemente, a vitória eleitoral de Maduro, mesmo com contestações dos Estados Unidos e da União Europeia. Durante o período de transição no México, em julho, Sheinbaum havia pedido transparência na apuração das eleições venezuelanas.

O Comitê Norueguês do Nobel justificou a escolha de María Corina Machado afirmando que o prêmio reconhece “uma mulher que mantém viva a chama da democracia em meio à escuridão crescente”. A opositora está na clandestinidade desde janeiro, após protestos em Caracas.

A cerimônia de entrega do Nobel da Paz está prevista para 10 de dezembro, em Oslo. O comitê espera que Machado consiga comparecer pessoalmente, embora tenha ressaltado que a situação de segurança ainda é incerta.