
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que 17 dos 115 suspeitos mortos identificados na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha não tinham antecedentes criminais nem ligação formal com o tráfico. Apesar disso, o secretário da corporação, Felipe Curi, minimizou os números e afirmou que o dado “não significa nada”.
“Essa mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada”, declarou.
Segundo ele, os mortos reagiram à abordagem policial e estariam armados com fuzis, granadas e explosivos. “Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato”, completou. O balanço oficial aponta 121 mortos, sendo 117 suspeitos e quatro policiais.
A perícia ainda tenta identificar dois corpos. Entre os 115 já reconhecidos, 97 tinham histórico criminal considerado relevante e 12 apresentavam indícios de envolvimento com o tráfico a partir de postagens em redes sociais.
A Polícia Civil informou ainda que 54% dos mortos eram de fora do estado. Entre os 62 identificados, havia 19 do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas e 9 de Goiás, além de nomes vindos de estados como Ceará, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal.

O relatório da corporação aponta que o Rio de Janeiro abriga atualmente líderes de organizações criminosas oriundos de 11 estados e quatro das cinco regiões do país, o que reforça a atuação interestadual do Comando Vermelho.
O governador Cláudio Castro afirmou que o enfrentamento foi necessário e defendeu uma integração nacional no combate ao crime organizado. “Entre os que morreram ao reagir à ação das forças policiais, havia diversos líderes criminosos. Se não houver uma integração efetiva e apoio federal, vamos vencer batalhas, mas não a guerra”, disse.
Já o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, afirmou que os confrontos ocorreram fora das áreas habitadas. “Empurramos os bandidos para uma área de mata no alto do morro, preservando a segurança da população. E quem estava na mata, estava em confronto com a polícia”, declarou.