Silvinei Vasques é entregue à PF e será transferido para a Papuda, em Brasília

Atualizado em 27 de dezembro de 2025 às 6:15
O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, algemado, de camiseta, verde
O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, ainda no Paraguai – Divulgação/Governo do Paraguai

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques será enviado neste sábado (27) a Brasília para cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda após ser preso no Paraguai e expulso do país. Ele passou a noite desta sexta-feira (26) na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, depois de ser detido em Assunção ao tentar embarcar para El Salvador com documentos falsos.

Silvinei foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 24 anos de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Após ser entregue às autoridades brasileiras na fronteira, foi encaminhado para a PF em Foz do Iguaçu e deve ser transferido para Brasília, onde ocorrerá o cumprimento da pena na Papuda.

A prisão ocorreu no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção. De acordo com as autoridades paraguaias, ele pretendia viajar utilizando documentos em nome de outra pessoa. Após a detenção, foi levado até Cidade do Leste, de onde foi entregue, na aduana, à Polícia Federal brasileira.

Segundo o diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter, a identificação ocorreu por meio de comparação de fotos, numeração e impressões digitais. Ainda conforme o relato, Silvinei utilizava documento com o nome “Julio Eduardo” e apresentou uma declaração na qual afirmava ter câncer na cabeça e não poder falar. Durante a abordagem, ele admitiu que os documentos não eram dele.

Passaporte falso utilizado por Silvinei Vasques – Reprodução

As autoridades paraguaias informaram que o Ministério Público do país abrirá investigação para apurar a origem dos documentos usados na tentativa de embarque. A expulsão ocorreu por ingresso irregular no país e uso de identidade que não lhe correspondia, conforme a legislação migratória local.

Informações enviadas ao STF indicam que Silvinei deixou sua residência em São José (SC) na noite de quarta-feira (24), véspera de Natal. Imagens mostraram o ex-PRF saindo do condomínio por volta das 19h22, em carro alugado, levando sacolas e um cachorro. A tornozeleira eletrônica deixou de emitir sinal no dia seguinte.

Equipes da Polícia Penal de Santa Catarina e da Polícia Federal foram ao endereço do ex-diretor da PRF, mas não o localizaram. Em relatório ao Supremo, a PF registrou que ainda não é possível “precisar os motivos da violação da tornozeleira eletrônica” nem confirmar se o equipamento permaneceu no apartamento.

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Silvinei. Na decisão, registrou que as informações remetidas pela PF apontam descumprimento de medidas judiciais e saída do endereço monitorado. A transferência para Brasília foi autorizada após a formalização da custódia.

Antes da prisão atual, Silvinei já havia sido condenado na Justiça Federal do Rio de Janeiro por uso político da estrutura da PRF durante a campanha de 2022. Ele chegou a ser preso em 2023 e foi solto mediante medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, agora descumpridas segundo os relatórios apresentados.