Sister Hong: homem se passava por mulher, enganou 1691 pessoas e vendeu vídeos íntimos na China

Atualizado em 18 de julho de 2025 às 16:18
Sister Hong em ação: me engana, que eu gosto

Um escândalo sexual sem precedentes está chocando a China: um homem de 38 anos, identificado apenas pelo sobrenome Jiao, foi preso após enganar 1 691 homens em um esquema de falsos relacionamentos que durou três anos.

Conhecido nas redes como “Tia Vermelha de Nanjing” — ou “Sister Hong” —, ele se apresentava como uma mulher divorciada em busca de amor e registrava secretamente os encontros sexuais para vender os vídeos em plataformas de conteúdo adulto.

A operação policial que revelou o caso ocorreu no dia 5 de julho, quando a polícia de Jiangning apreendeu perucas, próteses de seios, seis celulares e um caderno com os nomes dos envolvidos. Também foram localizados inúmeros vídeos que mostram claramente os rostos e os atos íntimos dos homens enganados.

Para manter a farsa, Jiao acordava diariamente às 5h para se maquiar, vestir-se como mulher e gravar vídeos “caseiros”, cozinhando, cuidando de plantas e dobrando roupas — tudo para reforçar a imagem de uma dona de casa doce e confiável.

As visitas eram organizadas com precisão para evitar encontros simultâneos entre vítimas. Em alguns casos, os homens levavam pequenos presentes, como óleo de cozinha ou frutas, como se estivessem visitando uma namorada.

A comoção aumentou quando se descobriu que parte dos enganados, mesmo após saber da verdade, continuaram os encontros com Jiao e chegaram a apresentá-lo a amigos.

As autoridades abriram uma linha direta para receber denúncias e investigam o conteúdo dos celulares apreendidos. Vídeos de 5 a 10 minutos eram gravados em um pequeno apartamento alugado em Nanjing.

Um dos trechos mais comentados mostra um jovem visitando o local em diferentes estações do ano, sugerindo uma relação prolongada com “Sister Hong”. Outro homem foi reconhecido publicamente pelos sapatos usados.

Rumores de que o chinês seria portador do HIV e teria infectado 11 homens com AIDS foram oficialmente desmentidos pelas autoridades locais.

A exposição gerou rupturas conjugais, linchamentos virtuais e a viralização de conteúdos constrangedores. Uma montagem com centenas de rostos passou a circular nas redes chinesas, e companheiras de alguns dos homens começaram a gravar suas reações ao serem confrontados com as imagens.

Os vídeos, todos registrados sem consentimento, eram comercializados por cerca de 150 yuan (aproximadamente R\$ 116) em plataformas privadas. Segundo especialistas ouvidos pela mídia chinesa, Jiao poderá responder por pelo menos sete crimes graves.

O principal deles, a distribuição de material obsceno, pode resultar em pena de até 10 anos de prisão, variando conforme o número de gravações e os lucros obtidos. Caso os presentes sejam enquadrados como forma de pagamento, ele também poderá ser acusado de prostituição.