Site de Israel acusa mídia de conluio com Hamas e deputado sugere matar jornalistas como terroristas

Atualizado em 10 de novembro de 2023 às 14:42
Imagens do ataque do Hamas no 7 de outubro

Diversos veículos de imprensa rejeitaram as acusações de Israel de que quatro fotógrafos freelancers em Gaza sabiam antecipadamente dos ataques do Hamas em 7 de outubro. O ministro israelense Shlomo Karhi alegou que estes fotógrafos, que trabalhavam para a Reuters, AP, CNN e New York Times, tinham conhecimento prévio dos ataques, mas todas as quatro organizações negaram as alegações.

O New York Times classificou as acusações de “ultrajantes” e alertou sobre os perigos que elas representam para os freelancers.

A reportagem do site pró-Israel Honest Reporting sugeriu, sem evidências, que a presença dos fotógrafos poderia ter sido parte de um plano, levantando “questões éticas”. As imagens capturadas pelos fotógrafos incluíam cenas dramáticas do ataque. O governo israelense, através de sua assessoria de imprensa no X (anteriormente conhecido como Twitter), condenou os fotógrafos por cruzarem “linhas vermelhas profissionais e morais”.

Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel, disse que os fotojornalistas deveriam ser tratados como terroristas se for provado que eles sabiam antecipadamente dos ataques de 7 de Outubro.

Reuters, AP, CNN e New York Times afirmaram que não houve nenhum acordo prévio com os jornalistas para a obtenção das fotos. O New York Times defendeu a importância do trabalho dos fotojornalistas freelancers em zonas de conflito. A Associated Press esclareceu que nenhum de seus funcionários estava na fronteira no momento dos ataques e que segue procedimentos rigorosos ao aceitar fotos freelance.

A CNN e a Reuters também negaram ter conhecimento prévio dos ataques e a Reuters refutou a ideia de ter “incorporado jornalistas ao Hamas”. O site Honest Reporting posteriormente afirmou que não acusou a Reuters de conluio, mas questionou a associação dos meios de comunicação com os freelancers.