
O governo Donald Trump utilizou o site oficial da Casa Branca para incluir menções negativas a ex-presidentes democratas dos Estados Unidos. As inserções, feitas na seção de “eventos históricos” da página institucional, foram publicadas nesta quinta-feira (23) e envolvem Bill Clinton, Barack Obama e Joe Biden. As descrições aparecem lado a lado de eventos oficiais da atual administração. Com informações do Metrópoles.
A imagem do site mostra quatro seções principais. A primeira traz o título “Bill Clinton Scandal”, citando o caso entre o ex-presidente e a então estagiária Monica Lewinsky, ocorrido em 1998, que levou Clinton a responder a um processo de impeachment. O texto destaca que o episódio motivou investigações por perjúrio e obstrução de justiça.
Em seguida, o item “Muslim Brotherhood Visit”, de 2012, menciona uma suposta visita de membros da Irmandade Muçulmana à Casa Branca durante o governo Barack Obama. A organização é classificada como terrorista em diversos países, mas não pelos Estados Unidos. Os registros oficiais indicam que o grupo esteve em eventos na Casa Branca, sem confirmar um encontro direto com o ex-presidente.

O site também cita o “Tennis Pavilion”, construído em 2020 sob supervisão da primeira-dama Melania Trump, destacando o projeto como símbolo da administração atual. Na mesma página, outra entrada intitulada “Cocaine Discovery”, referente a 2023, menciona a descoberta de cocaína na ala oeste da Casa Branca durante o governo Joe Biden. O texto sugere, sem provas, que o caso teria relação com o filho do ex-presidente, Hunter Biden.
As publicações geraram críticas de opositores e especialistas em comunicação política, que apontaram o uso de um canal oficial de governo para divulgar conteúdo com caráter partidário. As inserções, foram feitas na seção dedicada a eventos institucionais, rompendo o padrão histórico de neutralidade mantido nas administrações anteriores.
Até o momento, a Casa Branca sob o governo Trump não comentou oficialmente o motivo da inclusão das referências. As críticas reforçam o debate sobre o uso de recursos públicos para fins políticos e a manipulação simbólica de espaços oficiais para ataques a adversários.