Snapchat passa Twitter em usuários diários e outras notícias midiáticas. Por José Eduardo Mendonça

Atualizado em 5 de junho de 2016 às 10:31

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Snapchat passa Twitter em usuários diários. O que isso tem a ver com as notícias?

Eram 110 milhões em dezembro, são 150 milhões hoje, crescimento vertiginoso turbinado pelo público jovem. O Snapshat tem apenas quatro anos, e o Twitter 10, e no momento com menos de 140 milhões de usuários. 

Já foi a maior rede social depois do Facebook, mas ultrapassado por Instagram, Messenger e Whatsapp, de acordo com dados da Bloomberg.

O Snapchat transformou mensagens em uma espécie de brincadeira. No começo de maio o presidente do Twitter, Jack Dorsey, disse que seu app pode ser às vezes confuso, algo que se está tentando consertar.

Ainda assim, 9% dos americanos usam o Twitter para ler notícias, segundo pesquisa do Pew Research Center. Apenas 2% usam o Snapchat para o mesmo propósito. O Facebook reina soberano, com 44%.

Com o afluxo de jovens, empresas de comunicação estão tentando mostrar notícias na plataforma tanto como histórias ao vivo quanto em sua sessão Discover, onde por exemplo The Wall Street Journal e CNN publicam material exclusivo para o Snapchat.

Consumidores brasileiros não parecem muito interessados em mídia social

De acordo com uma pesquisa do começo de maio da PayPal Brasil e da Big Data Corp., a maioria dos sites de ecommerce no Brasil usa mídia social para vendas e marketing. A plataforma mais popular é o Facebook. A presença, no entanto, não está à altura dos resultados.

Mesmo com a alta taxa de uso, de 60% das empresas, há muito pouco tráfego oriundo da mídia social. Os compradores digitais, no entanto, não se importam com a presença dos anúncios. Sua atividade, porém, é mais baixa que no Chile, ou no México.

Uma pesquisa feita há cerca de um ano pela Pitney Bowes revelou que apenas 21% dos consumidores digitais no país utilizam mídia social para pesquisar produtos. A eMarketer prevê que eles crescerão 10.1% este ano, mas comenta que eles não estão interessados na interseção de comércio e mídia social.

Vanity Fair lança site vertical

Nos passos da New York Magazine e BuzzFeed, a Vanity Fair lançou no início de junho o Hive, site vertical voltado a negócios, política e tecnologia. O site vai publicar  mais de 10 matérias por dia, e vai se desdobrar em uma  newsletter e um podcast.

De acordo com a própria publicação, “acreditamos que contar a história de como Silicon Valley, Wall Street e Washington estão formando nossas vidas exige foco incansável nas pessoas que tocam esses centros de poder… Estas páginas serão também um campo de teste para inovações futuras, que nos ajudarão a cobrir da melhor forma os fatos que impactar você”.

Websites tradicionais de revistas, comenta o Digiday, lembram tipicamente a versão impressa, e a home page serve de entrada para várias seções. “Mas a Vanity Fair, que alcançou 8.5 milhões de visitantes únicos em abril, reconhece que as pessoas estão cada vez mais encontrando artigos na web distribuída versus homepages, e que um site vertical com uma identidade forte tem chance melhor de captar a atenção das pessoas em seus feeds sociais”.

CNN vai ter de reinventar o modo como conta notícias

Todos os millennials nasceram em um mundo onde a CNN já existia. Uma sensação, há 36 anos, o canal permitia ver notícias do mundo em tempo real, sem que o espectador tivesse que esperar pela hora do noticiário. Era ligar, e o que não era tão novo permanecia em sistema rotatório, repetindo as pautas até se criar uma montanha de fatos.

Vieram depois Fox News, MSNBC, CNBC e Headline News (também da CNN),  e o formato permaneceu o mesmo. Até que, nos anos 2000, Fox News e MSNBC resolveram abandonar o domínio das notícias e partir para o mundo dos comentários e programas especiais.

A Internet provocou um dano irreparável nas notícias em rotação. Não precisa mais trocar de canal, só andar de um site para o outro.

A saída, agora, para CNN e MSNBC? Matérias, de novo. Menos delas, Mais longas. “As pessoas não consomem mais notícias e informação do mesmo jeito”, disse o presidente da CNN, Jeff Zucker, em abril ao Guardian. “Por isso, na TV, iremos mais fundo em uma, duas, três matériais de real significado ou interesse em um dia”.

 

José Eduardo Mendonça
José Eduardo Mendonça passou por importantes órgãos da imprensa brasileira, como Exame, Gazeta Mercantil e Folha de São Paulo, na qualidade de repórter, editor ou diretor. Escreve sobre as tendências da mídia em seu blog zemediamix.wordpress.com/.