Sob Bolsonaro, casos neonazistas crescem no Brasil, diz observatório judaico

Atualizado em 15 de agosto de 2022 às 7:51
“Brasil nazista”: pichação em muro em São Paulo
Foto: Imago/Fotoarena

Relatório inédito feito pelo Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil mostra que as ocorrências de casos neonazistas no país praticamente têm dobrado a cada ano sob o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde 2019, a entidade contabilizou 114 eventos desse tipo. Se naquele ano houve ao menos 12 ocorrências neonazistas, no ano seguinte foram identificadas 21 delas, em 2021, 49, e, no primeiro semestre deste ano, 32. Segundo os autores do documento, não é esperada uma tendência de queda até o fim de 2022.

Foram considerados episódios neonazistas aqueles que fizeram referências explícitas a Adolf Hitler, ao nazismo ou ao holocausto, incluindo fatos e símbolos do regime. Declarações que negaram a ocorrência do extermínio em massa ou que afirmaram que o nazismo foi um movimento de esquerda também foram contabilizadas. Já os eventos antissemitas —dirigidos especificamente a judeus— apresentaram um crescimento menos expressivo. Foram 12 ocorrências em 2019 e em 2020, 18 no ano passado e 11 no primeiro semestre de 2022.

“Esse crescimento sinaliza a gravidade de um processo que, em nosso país, atinge sobretudo os grupos que historicamente sofrem racismo estrutural. Na Alemanha nazista, o foco principal foram os judeus. No Brasil, as vítimas são os povos indígenas e afrodescendentes”, diz o estudo.

Entre os eventos mais graves apontados pelo grupo estão ataques a escolas como o ocorrido na cidade de Suzano (SP), em 2019, e em Saudades (SC), em 2021. Além de resultar em mortes, os episódios deram origem a investigações que desvendaram ligações de seus autores com grupos neonazistas na internet.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link