
A mando de Trump, a Nasa alterou a comunicação oficial sobre a missão Artemis III, removendo as referências ao envio da primeira mulher, da primeira pessoa negra e do primeiro astronauta internacional à Lua. A mudança ocorre após diretrizes do governo para eliminar políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em agências federais dos Estados Unidos.
O programa Artemis, batizado em homenagem à deusa grega Ártemis, irmã de Apolo (nome do programa que levou o homem à Lua entre 1969 e 1972), foi criado para corrigir a falta de diversidade nas missões lunares anteriores, compostas exclusivamente por homens brancos.
Em resposta ao jornal britânico The Guardian, o porta-voz da Nasa, Allard Beutel, explicou que a agência está atualizando sua linguagem conforme a nova ordem executiva presidencial. “Esperamos aprender mais sobre os planos da administração Trump para nossa agência e expandir a exploração da Lua e de Marte para o benefício de todos”, afirmou.
Apesar da mudança na comunicação, a formação da tripulação de Artemis II permanece inalterada. A missão levará astronautas a bordo da cápsula Orion a uma distância recorde no espaço — 60 mil quilômetros além da Lua — antes de retorná-los à Terra. O lançamento está previsto para 2026.
A equipe que realizará essa missão foi apresentada em 2023 e conta com Victor Glover, que será o primeiro homem negro a participar de uma missão lunar, Christina Koch, a primeira mulher a integrar esse tipo de expedição, Reid Wiseman, que atuará como comandante, e Jeremy Hansen, representante da Agência Espacial Canadense.

Já Artemis III, que levará humanos novamente à superfície lunar, está prevista para 2027, mas a Nasa ainda não confirmou a composição da tripulação. A decisão de remover as menções à diversidade da missão Artemis faz parte de um movimento mais amplo do governo Trump para reduzir políticas de equidade em órgãos públicos.
Medidas semelhantes foram tomadas em outras agências, como o Serviço de Receita Federal (IRS) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH). Além disso, as Forças Armadas dos EUA receberam ordens para proibir o ingresso de pessoas transgênero no serviço militar — medida temporariamente bloqueada por um juiz federal.
A retirada das referências à diversidade da missão Artemis chama atenção, pois o próprio programa foi lançado no primeiro mandato de Trump, com o compromisso de levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua.
Além da exploração lunar, o programa Artemis visa estabelecer uma presença humana permanente na Lua, preparando o terreno para futuras missões tripuladas a Marte. Segundo Juan Francisco Puerta, professor da Universidade de Antioquia e especialista em Engenharia de Sistemas Espaciais, a missão Artemis II será um marco importante para o projeto.
“Com base no sucesso da missão Artemis I, que colocou uma cápsula não tripulada em órbita lunar no final de 2022, Artemis II testará os sistemas de suporte à vida da nave Orion e validará as técnicas necessárias para a exploração do espaço profundo”, explica Puerta.
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