Sob pressão de Trump, Justiça de Israel adia depoimento de Netanyahu em julgamento por corrupção

Atualizado em 9 de agosto de 2025 às 10:33
Benjamin Netanyahu, líder israelense, com sua esposa Sara. Reprodução

A Justiça israelense decidiu adiar o depoimento do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no processo de corrupção que enfrenta, após intensa pressão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O tribunal de Jerusalém havia rejeitado inicialmente o pedido dos advogados do premiê, mas mudou de posição depois que Trump declarou que o caso era uma “caça às bruxas” e que o julgamento “deveria ser CANCELADO, IMEDIATAMENTE, ou concedido um perdão a um Grande Herói”.

Netanyahu e sua esposa, Sara, são acusados de receber mais de US$ 260 mil em presentes de luxo — como charutos, joias e champanhe — em troca de favores políticos. O premiê também responde por tentar obter cobertura favorável em veículos de imprensa israelenses.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, posando para foto lado a lado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu – Reprodução

Os advogados alegaram que ele precisava de duas semanas sem compromissos judiciais para lidar com questões de segurança após o cessar-fogo com o Irã e diante dos combates em Gaza, onde há reféns israelenses. A corte aceitou o argumento após ouvir o próprio Netanyahu, além do chefe da inteligência militar e do diretor do Mossad.

O apoio de Trump foi direto e público. Em sua rede Truth Social, ele afirmou ainda que os Estados Unidos “não vão tolerar” a continuidade do processo, mensagem que levou Netanyahu a agradecer publicamente no X. A intervenção foi criticada pelo líder da oposição israelense, Yair Lapid, que disse que Trump “não deveria interferir em um julgamento em um país independente”.

Desde o início do processo, em 2020, Netanyahu já pediu vários adiamentos. Ele nega qualquer irregularidade e sustenta que as acusações têm motivação política.