A vida do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tem sido fácil nos últimos dias. Ele está acuado por uma operação da Polícia Federal (PF) para desbaratar um suposto esquema de desvio de verbas públicas abastecido por emendas parlamentares, o que resultou na exoneração de um ex-assessor direto de Lira, Luciano Cavalcante.
Luciano, no entanto, não foi o único investigado a perder o emprego. O governo também demitiu Alexsander Moreira do posto diretor do Ministério da Educação. Ambos foram alvos da Operação Hefesto, que investiga desvios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao MEC.
Ao ser questionado sobre o caso envolvendo o seu ex-assessor, o deputado disse que “cada um é responsável por seu CPF neste país”. A declaração foi feita em entrevista à GloboNews na semana passada.
“A gente fica mal com uma notícia como esta, mas eu não posso emitir qualquer juízo de valor sobre uma operação sem ter acesso a investigação. Posso dizer que não me sinto atingido e não tenho nada a ver com isto”, disse Lira.
Vale destacar que essas demissões aumentaram a pressão sobre o presidente da Câmara, que terá que lidar, a partir desta terça-feira (6), com um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que poderá torná-lo réu por corrupção passiva.
O julgamento que Lira enfrenta no STF é relacionado a um caso de recebimento de propina. O inquérito teve início em 2012, quando foi apreendido R$ 106 mil com Jaymerson de Amorim, então assessor da Câmara dos Deputados.
Em 2018, a Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o dinheiro seria destinado a Lira em troca de uma indicação na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Embora a defesa de Lira tenha recorrido contra a decisão de recebimento da denúncia, o julgamento será retomado no STF.
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