“Sobrou delírio”, diz Lindbergh sobre ato esvaziado na Paulista

Atualizado em 29 de junho de 2025 às 19:01
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante manifestação na Paulista neste domingo. Imagem: reprodução

Míseras 12mil pessoas se reuniram na avenida Paulista neste domingo (29) para apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), às vésperas do julgamento da trama golpista no STF. Com presença de governadores e parlamentares aliados, o ato foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e teve como mote “Justiça Já”, em meio a apelos por anistia e críticas ao Supremo.

O deputado federal Lindbergh Farias (PT) afirmou no X que “o ato foi um fracasso” e que “sobrou delírio”, destacando a presença de teorias conspiratórias, ataques ao STF, defesa de golpistas e até pedidos de sanções contra o Brasil. “Teve reza, teoria da conspiração e até o governador de SP tentando posar de moderado com camisa azul”, escreveu.

Bolsonaro subiu ao trio elétrico por volta das 14h, ladeado pelos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC). Ao discursar, defendeu pacificação, criticou Lula — a quem chamou de “ladrão” — e pediu votos para sua base em 2026. Não comentou diretamente o julgamento que pode levá-lo a uma pena de até 40 anos de prisão.

Nos bastidores, o tom foi mais incisivo.

O senador Flávio Bolsonaro afirmou que o apoio do pai em 2026 depende de um candidato disposto a brigar com o STF — se necessário, “com uso da força”. O senador Magno Malta ironizou: “Com as Forças Armadas que temos hoje, não há munição para dez minutos”, e disse que o “único veneno” da direita seria o voto.

O evento também foi marcado por críticas à ministra Cármen Lúcia, paródias de músicas pedindo contagem pública de votos e apelos por voto impresso. Deputados como Paulo Bilynskyj e General Girão reforçaram os discursos. Já o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, exaltou o legado de Bolsonaro e ensaiou um jogral com a militância: “Feijão tá caro? Café tá caro? Então volta, Bolsonaro!”

O ex-presidente, hoje inelegível até 2030, é réu por tentar abolir o Estado Democrático de Direito e comandar uma organização criminosa. O STF deve julgar seu caso a partir de setembro.